Terroristas atacaram ontem a redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas, incluindo 2 policiais nas imediações do prédio. Feroz nas críticas às religiões e à política, o periódico ganhou fama mundial ao publicar desde 2006 uma série de capas e caricaturas representando o profeta Maomé. Em 2011, a redação foi atacada por homens que jogaram coquetéis molotov e a incendiaram durante a noite. No ataque de ontem, foram mortos o editor-chefe da publicação e seus mais célebres cartunistas, além dos outros colaboradores. A França reagiu com manifestações de milhares nas ruas defendendo a liberdade de expressão. O presidente americano, Barack Obama, colocou seus serviços de segurança para auxiliar nas investigações. A polícia francesa conseguiu identificar os responsáveis – dois dos três são nascidos na França. Um deles já havia passado 18 meses preso por envolvimento com uma célula de recrutamento de jihadistas. O cúmplice mais jovem, que seria um morador de rua de 18 anos recrutado pelos outros dois, entregou-se no fim da noite de ontem. Associações de imprensa repudiaram o ataque e o qualificaram de um atentado direto à liberdade de expressão. A presidente Dilma Rousseff afirmou que o ato foi uma “barbárie inaceitável”.