Na primeira pesquisa de perspectivas de 2015 para os fundamentos econômicos, realizada pelo Banco Central com uma centena de agentes do mercado financeiro, o que se viu foi uma piora para a inflação, que deve romper o teto da meta neste ano, e para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deve ser mais fraco. O boletim Focus revelou, ainda, que um alívio na cotação do dólar deve ocorrer apenas em meados de 2016.

A projeção para o IPCA passou de 6,53% para 6,56% – acima, portanto, do limite máximo de 6,5% perseguido pelo governo. Para 2014, a projeção para o IPCA foi ajustada para 6,39%, com a perspectiva de alta de 0,75% em dezembro. O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que os próximos meses serão de taxas mais altas de inflação, mas, segundo ele, a situação já estará melhor no fim deste ano.

Parte do mau humor do mercado financeiro pode ser atribuído às expectativas mais elevadas para os preços monitorados e administrados pelo governo neste ano, que passaram de 7,80% para 7,85% no intervalo de apenas uma semana. Para 2014, permanece a estimativa de 5,5% para esse conjunto de itens.

As projeções para o IPCA de janeiro deste ano foram atualizadas de 0,96% para 0,97%. O mercado manteve a estimativa de que a taxa básica de juros será ampliada para 12,5% ao ano até dezembro de 2015. Apenas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o próximo dia 21, a previsão é de uma alta dos atuais 11,75% para 12,25% ao ano.

Riquezas

Sobre atividade, os participantes do boletim Focus reduziram a expectativa para o PIB de 2015 – de 0,55% para 0,50%. A redução ocorreu mesmo com a previsão levemente maior para o setor manufatureiro, que deve terminar o ano com alta de 1,04%, e não de 1,02%, como se esperava na edição anterior. Para 2014, houve uma pequena correção para cima - de 0,14% para 0,15% – com a produção industrial amargando retração de 2,49%.

Para a balança comercial, não houve mudanças na pesquisa divulgada ontem: a expectativa é de um superávit de US$ 5 bilhões.