Título: Ordem é vender bem
Autor: Monteiro, Fábio
Fonte: Correio Braziliense, 14/07/2011, Economia, p. 14

São Paulo ¿ O remédio dado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi considerado adequado, na opinião do presidente da Brasil Foods (BRF), José Antonio Fay. ¿Depois de anos de negociação, tenho certeza que fizemos um bom acordo, razoável dentro do que a gente se propôs¿, ressaltou. Nas contas da empresa, o conjunto de restrições impostas causará um impacto negativo de quase R$ 3 bilhões sobre o faturamento anual da companhia ¿ ou 13% das receitas líquidas.

Do total, R$ 1,7 bilhão de receitas serão perdidas com a venda de ativos. Os produtos das marcas Perdigão e Batavo, suspensas em determinados mercados, representarão redução de mais R$ 1,2 bilhão. Fay informou que, por ora, a companhia vai iniciar um processo de avaliação dos bens para colocá-los à venda. O executivo evitou especular sobre a origem do provável comprador, se nacional ou estrangeiro. ¿Eu só tenho uma grande preferência, que é vender bem para quem pagar mais¿, disse.

O executivo destacou que as restrições do Cade não abrangem as operações no mercado externo. ¿Nada muda. Continuamos sendo o maior exportador de carne de frango¿, ressaltou. Mas, mesmo com acordo, a agência internacional de classificação de risco Fitch afirmou que a fusão não terá reflexo na qualidade do crédito da BRF ¿ há uma estimativa de que o fluxo de caixa da empresa sofra uma redução num primeiro momento. No país, ao menos os empregos estarão definidos pelos próximos seis meses, graças a uma cláusula do acordo que assegura a manutenção de todos os 115 mil funcionários da Perdigão no período.