Título: IML consegue recolher digitais de 11 vítimas
Autor: Marques, Mirella ; Santana, Ana Elisa
Fonte: Correio Braziliense, 15/07/2011, Brasil, p. 8

Sete corpos de vítimas do acidente aéreo ocorrido na quarta-feira, no Recife, foram identificados até o fechamento desta edição. A informação foi passada pelo Instituto Médico Legal (IML), que montou uma força-tarefa para agilizar o reconhecimento, conforme exigem os familiares. Foi possível colher as impressões digitais de 11 das 16 vítimas. Como todas estavam carbonizadas, a identificação dos demais terá de ser feita por meio da arcada dentária e de exames de DNA. As perícias preliminares indicam que todos os identificados morreram de politraumatismos antes de a aeronave explodir. Segundo a diretora do IML, Joyse Dreenzinckr, a ausência de fuligem nos pulmões das vítimas é uma evidência de que a morte não se deu por asfixia.

Nos casos em que o exame da arcada dentária não for conclusivo, amostras de DNA serão enviadas a Salvador, onde passarão por análises no laboratório da Polícia Científica da Bahia. Em Pernambuco, não há tecnologia semelhante disponível.

Servidores da Secretaria de Defesa Social pernambucana embarcaram para a capital baiana ontem com o objetivo de receberem essas amostras. A ideia é que, a partir de hoje, os exames sejam realizados.

Entre os corpos identificados estão o do piloto Rivaldo Paurílio Cardoso, 68 anos; do copiloto Roberto Gonçalves, 55; do engenheiro Marcelo Campelo, 66; do supervisor Natã Braga, 39; da engenheira Maria da Conceição Oliveira, 46; da professora Antônia Fernanda Jalles; e do pastor Ivanildo Santos Filho, 46.

Velórios ocorreram ontem na cidade do Recife e há sepultamentos marcados para hoje. A companhia Noar hospedou familiares de vítimas no Hotel Atlante Recife, localizado a menos de 1km do local do acidente. Segundo Jairo Gonçalves, irmão do copiloto da aeronave, até o momento a assistência vem sendo prestada. "Não há movimentações para uma associação de parentes ser criada. Não há problemas por enquanto", disse.

Ele e outros familiares de vítimas afirmaram que foram procurados por um funcionário de uma seguradora. "Nos pediram uma ficha e cópias de documentos para encaminhar os procedimentos de indenização", destacou. A Noar confirmou que começou a localizar as famílias dos 16 mortos ontem no limite entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Recife para tratar de indenizações. Em nota oficial, a companhia garantiu que vai se reunir individualmente com os familiares de cada vítima ao longo do dia para colher informações e dar início aos processos. A empresa também informou que oferece suporte para serviços funerários e traslados terrestres ou aéreos.