Título: Gastança garantida
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 15/07/2011, Economia, p. 10

A tentativa do Congresso de colocar um freio na gastança da administração federal, ao incluir na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) travas para o aumento de despesas em 2012, foi em vão. O mesmo governo que, desde o início do ano, promete apertar os cintos já avisou que a presidente Dilma Rousseff vetará o mecanismo que limita o rombo nominal das contas públicas a 0,87% do Produto Interno Bruto (PIB). A determinação para que os dispêndios com a máquina não cresçam mais do que os investimentos e a restrição ao avanço do endividamento do Tesouro para capitalizar bancos públicos, como o BNDES, também devem ser vetadas.

Para o economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, a recusa do governo a mecanismos contra gastos abusivos significará uma oportunidade de melhorar a saúde das contas públicas. "Perderemos a chance de aquecer o debate, uma vez que o cálculo de superavit primário não significa mais nada. O que se precisa é de um ajuste nominal, que contabiliza os gastos com juros", afirmou.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse que, caso o freio nos gastos seja derrubado, os vetos podem cair no Congresso. Ele ressaltou que os parlamentares vão insistir em aumento real para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, se o Planalto também se mostrar contrário à medida.