Título: Bode expiatório de Rafael Correa
Autor: Martínez, Manuel
Fonte: Correio Braziliense, 15/07/2011, Mundo, p. 17

As dificuldades para o Brasil começaram em 2007, primeiro ano do governo de Rafael Correa. Pelos meios de comunicação, o presidente equatoriano dava a entender que os brasileiros tinham uma inclinação colonialista, que explorava seu povo. Em seguida, Quito entrou numa briga com a construtora Odebrecht por falhas na entrega de uma hidrelétrica encomendada à empreiteira.

Por último, determinou a expulsão dessa empresa do território equatoriano e moveu, em tribunais internacionais, um processo no qual pedia a suspensão do pagamento de crédito de US$ 243 milhões obtido no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo o Itamaraty, as investidas iniciais de Correa faziam parte do jogo político que ele enfrentava no Equador. O governante tinha dois objetivos: a aprovação de uma Constituição e a reeleição. "Correa precisava de um rebanho de bodes expiatórios e incluiu o Brasil nesse grupo.

Tinha que criar um conjunto de ameaças para unir os equatorianos em torno dele, a fim de atingir suas metas", avalia uma fonte do Itamaraty. Para a chancelaria, se por um lado o mandatário conquistou o que queria, por outro fez com que o Equador perdesse crédito internacional. (MM)