Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira: Marta nos dá oportunidade de ter candidatura própria e competitiva O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, já planeja negociar a aliança "mais ampla possível" em torno da provável candidatura da senadora Marta Suplicy (ainda PT-SP) à Prefeitura de São Paulo pela legenda, em 2016. Como aliança básica, acredita poder contar com PPS, PV e Solidariedade, partidos com os quais o PSB forma um bloco parlamentar na Câmara dos Deputados. Marta deve deixar o PT em maio e esperar algum tempo para se filiar ao PSB, segundo aliados. Em sua festa de aniversário, na última sexta-feira, estavam presentes lideranças do PTB, Campos Machado, e do Pros, Eurípedes Júnior. Os dois manifestaram empolgação com a possibilidade de Marta disputar novamente a prefeitura. Segundo Siqueira, "a decisão está tomada", mas não há qualquer data marcada para o ingresso da senadora no PSB. Sua expectativa é que Marta tome a iniciativa de procurar o partido para decidir o momento mais oportuno. "Ela se destaca muito pelas posições libertárias. Isso nos agrada muito", disse. A ida da senadora petista para o PSB para disputar a Prefeitura de São Paulo neste momento é importante para o planejamento estratégico do partido para o período de 2015 a 2018, que prevê o lançamento de candidatura própria em 2016 no maior número de capitais e grandes municípios. "A vinda de Marta se encaixa como uma luva no nosso projeto. Nos dá oportunidade de ter candidatura própria competitiva nas três principais cidades do país. Estamos incentivando a candidatura de Romário [senador pelo PSB] no Rio de Janeiro. E, em Belo Horizonte, o prefeito Márcio Lacerda (PSB) esteve conosco na sexta-feira e nos garante que o PSB terá nome para a sucessão dele", afirma Siqueira. O partido vai realizar cinco oficinas para discutir o planejamento estratégico desses quatro anos. A primeira delas, que reuniu integrantes da Executiva Nacional e parlamentares, aconteceu na sexta-feira. A próxima será com os presidentes estaduais do partido. Depois, serão realizadas oficinas com representantes da sociedade civil, como de movimentos sociais e sindicatos, com intelectuais e especialistas (uma com filiados e simpatizantes e outra com não filiados). O presidente do PSB acredita que, na campanha à Prefeitura de São Paulo, Marta poderá dispor de um expressivo tempo de propaganda eleitoral gratuita na televisão. Somente uma aliança com os parceiros do bloco parlamentar (PPS, PV e SD), o PSB poderia contar mais de três minutos. A aliança parlamentar foi formada com a perspectiva de as legendas estarem juntos nas eleições de 2016 nas maiores cidades. Os quatro partidos têm 67 deputados. O PT tem 64. Na semana passada, Siqueira almoçou com a ex-ministra Marina Silva, que disputou a Presidência da República pelo PSB. Foi uma conversa amigável, de análise da conjuntura, mas Marina reafirmou o projeto de criação do Rede Sustentabilidade. "Foi mais uma análise das dificuldades que o país está vivendo. A crise é muito grave e é resultado da condução equivocada da presidente Dilma Rousseff, tanto no campo político, quanto no econômico", disse. Ele define a posição do partido como sendo de "independência crítica" em relação ao governo, ou seja, pode apoiar propostas da presidente que considerem importantes para o país. Na festa de Marta, Siqueira sentou-se na mesma mesa da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que também está em conversações com o dirigente do PSB. Para ele, a ida da senadora seria importante para fortalecer a provável candidatura de Vanderlan Cardoso (PSB) à Prefeitura de Goiânia. Na festa estavam o vice-presidente, Michel Temer, o ex-senador José Sarney, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), o presidente do PPS, Roberto Freire, e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) - único petista a comparecer.