Apesar de terem começado seus mandatos prometendo austeridade e anunciando cortes de cargos, secretarias e despesas para ajustar as contas públicas em 2015, 13 dos 27 governadores brasileiros autorizaram reajustes dos próprios salários e os dos seus secretários.
Os aumentos foram aprovados pelas Assembleias Legislativas às vésperas do recesso parlamentar, no fim do ano passado. Isso fez com que houvesse pouca repercussão na ocasião. Os valores variaram bastante. Foram de 4,3%, caso do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo - o menor aumento -, até 100%, no caso do Rio Grande do Norte.
No Estado nordestino, o salário do governador Robinson Faria (PSD), que venceu na disputa do ano passado o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), foi ampliado de R$ 11 mil para R$ 22 mil. No caso do vice-governador, Fábio Dantas, do PC do B, o salário passou de R$ 9 mil para 17,5 mil.
Os secretários passaram a receber R$ 14 mil por mês. Antes o salário era de R$ 8 mil. No começo do ano, o chefe do Executivo potiguar tomou posse prometendo reduzir o custo da máquina pública e rever contratos.
Segundo a chefe do gabinete do governador, Tatiana Mendes Cunha, Faria concordou com o aumento para os secretários por achar não ser possível "contratar nenhum técnico competente com o salário anterior". Ela diz que, para compensar o aumento do próprio salário, o governador abriu mão de residência oficial e do que considerava "mordomias" do cargo.
Os vencimentos de Alckmin, por sua vez, tiveram um reajuste bem mais modesto: foram de R$ 20,6 mil mensais para R$ 21,6 mil. A assessoria do tucano argumenta que o aumento foi menor que a inflação acumulada desde o último reajuste, em janeiro de 2013 - a inflação no período foi de 12,7%.