A nona fase da Operação Lava deflagrada ontem investiga também suspeitas de pagamento de propinas para funcionários da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo a Polícia Federal, o esquema de comissões envolve a fabricante de tanques Arxo Industrial do Brasil Ltda, com sede em Piçarras (SC). A empresa é suspeita de pagar propina em troca de informações privilegiadas e contratos direcionados com a subsidiária.

Hoje, foram cumpridos mandados de prisão preventiva pela Polícia Federal contra o sócio da Arxo, Gilson João Pereira, e o diretor financeiro da empresa, Sérgio Ambrósio Maçanerro. Ambos estavam em Itajaí (SC). Um outro sócio da Arxo, segundo a PF, está nos Estados Unidos e deve se entregar assim que desembarcar no Brasil. Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato não detalharam quais contratos estão sob investigação nem valores.

BR Distribuidora afirmou, em nota oficial, que não foi formalmente comunicada pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a operação. O presidente da BR, José Lima de Andrade Neto, está de férias e disse que tampouco foi informado sobre as investigações.

A Polícia Federal encontrou uma grande quantidade de dinheiro e de objetos de valor na sede da Arxo. Notas de real e dólar foram encontradas em fundos falsos em salas da empresa. Até a conclusão desta edição, não foi divulgada a quantidade exata de dinheiro apreendido pela PF. Entre os objetos, estavam quase 500 relógios de luxo. A Arxo se anuncia como líder na fabricação de tanques para combustíveis.

Em nota, a empresa informou que esta colaborando com as investigações. “A Arxo informa que o setor administrativo da empresa está com atividades suspensas, no momento, para que nossos profissionais possam prestar informações solicitadas pela Receita e Polícia Federal. A intenção da empresa é contribuir com o trabalho das autoridades, ajudando-os com todo e qualquer esclarecimento necessário. A produção fabril opera sem alterações.”