Ex-presidente da República, o senador Fernando Collor (PTB-AL) recebeu R$ 3 milhões de propina de um negócio fechado pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, segundo depoimento do doleiro Alberto Youssef prestado ao Ministério Público Federal. A informação foi publicada nesta terça-feira (24) pelo jornal Folha de S.Paulo.
O doleiro teria afirmado aos procuradores que um emissário de Collor e do PTB intermediou o suborno. O nome do emissário, ainda segundo Youssef, é Pedro Paulo Leoni Ramos, consultor do setor de energia conhecido como PP. Ele teria intermediado uma transação entre a BR Distribuidora, maior comercializadora de combustíveis do país, e postos de gasolina. A propina seria de 1% do valor total da transação.
Tanto Collor quanto o PP já haviam sido citados anteriormente na Operação Lava Jato, deflagrada em 17 de março do ano passado. No caso do ex-presidente, a Polícia Federal havia encontrado, durante as operações de busca e apreensão no escritório de Youssef, comprovantes de depósitos bancários em nome de Collor.
Os depósitos teriam sido feitos em maio de 2013, e somam cerca de R$ 50 mil. O senador do PTB e ex-presidente sempre negou participar do esquema.
Nesta terça-feira à tarde, ele divulgou nota na qual disse “rechaçar com veemência” as suspeitas sobre comissões nos negócios da BR Distribuidora.
“As referidas informações padecem de absoluta falta de veracidade e credibilidade, ainda mais quando recolhidas e vazadas de depoimentos tomados em circunstâncias que beiram a tortura de um notório contraventor da lei, agravados por suas condições físicas e psicológicas. O próprio conteúdo da matéria restringe-se a ilações e generalidades da fala do criminoso, sem apresentar qualquer vinculação de meu envolvimento”, afirmou via nota oficial.
“Reafirmo que não conheço Alberto Youssef e jamais mantive com ele qualquer tipo de relação pessoal, política ou empresarial”, completa a nota.
O PTB também divulgou nota oficial sobre as denúncias. “O senador nunca possuiu qualquer relação de ordem pessoal, política ou empresarial com o doleiro-delator. Tão logo apareceu a estranha história de supostos depósitos atribuídos ao contraventor em conta pessoal do senador (...), ele exigiu formalmente esclarecimentos das autoridades, em pronunciamento efetuado na tribuna do Senado. Após a cobrança da verdade, permanece até hoje a inexistência de qualquer fato real, concreto, que o vincule à Lava Jato”, diz a nota.