Título: Bolsas sobem no mundo
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Fonte: Correio Braziliense, 21/07/2011, Economia, p. 16

Possibilidade de novo socorro à Grécia e solução para dívida dos EUA animam mercados

Na expectativa positiva do encaminhamento de uma solução para o impasse em torno do endividamento dos Estados Unidos e um novo socorro à Grécia ¿ mais 85 bilhões de euros ¿, as principais bolsas do mundo reagiram às quedas dos últimos pregões e fecharam em alta ontem. Em Londres, o índice FT-100 subiu 1,10%, para 5.853 pontos. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX terminou a sessão com valorização de 0,38%, aos 7.220 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 fechou em alta de 1,61%, aos 3.754 pontos. A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) fechou com ligeira elevação, de 0,06%, aos 59.119 pontos, mesmo diante da baixa nos preços das principais ações negociadas.

Na maior parte do dia, a bolsa paulista caminhou em sentido contrário a Nova York, único centro financeiro importante a recuar. Diante dos sinais de que o impasse sobre o teto do endividamento norte-americano estaria próximo de uma solução, as bolsas dos Estados Unidos abriram o dia no azul. Mas a avaliação mudou ao longo do dia, quando as notícias de que a Câmara não aprovaria a proposta defendida pelo presidente Barack Obama, que prevê a redução da dívida em US$ 3,7 bilhões. O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Valores de Nova York, recuou 0,12%, para 12.571 pontos.

Sem tendência O principal índice de Wall Street, que havia registrado na terça-feira seu maior avanço desde início de dezembro, ficou praticamente estável durante o pregão. "Não há tendência", constatou uma fonte do mercado. Os operadores posicionados em alta temem que o mercado caia na ausência de um acordo e outros temem que haja uma aceleração. "Há muito medo de ambas as partes e estamos um pouco estagnados", emendou a fonte. "Há dados positivos, como os bons resultados das empresas, mas ao mesmo tempo negativos, como o problema europeu e a demora de um acordo entre democratas e republicanos nos Estados Unidos", explicou.

Em resumo, Nova York teve uma sessão marcada pela cautela e com investidores à espera de soluções concretas sobre a crise da dívida nos Estados Unidos e na Zona Euro. Na terça-feira, o principal centro financeiro dos EUA foi impulsionado pela esperança de que a Casa Branca e o Congresso alcançariam um acordo para evitar a moratória da dívida americana. "Contudo, as horas passam e não se anuncia um acordo. A inquietude do mercado vem provavelmente daí, porque, no que concerne às empresas, os resultados são fantásticos", comentou Gregori Volokhin, de Meeschaert Capital Markets.

Uma nova série de resultados de grandes empresas americanas superou as previsões no segundo trimestre. A Apple, por exemplo, após apresentar lucros recordes, viu seus papéis subirem 2,67%.

Consenso na europa O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, chegaram na noite de ontem, após várias horas de reunião, a uma posição comum sobre o salvamento da Grécia, informou uma fonte da delegação francesa. A posição, que não foi detalhada, será submetida ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. Sarkozy e Merkel reuniram-se em Berlim, encontro do qual também participou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean Claude Trichet. O objetivo era a elaboração de uma posição franco-alemã comum que pudesse ser aprovada pelo BCE sobre o salvamento da Grécia e sobre a forma de conter a crise da dívida que afeta a Zona do Euro. As modalidades de participação dos credores privados da Grécia em um novo plano de ajuda é a principal divergência entre Paris e o BCE, de um lado, e Berlim, do outro.