Título: Esporte alavanca preços no Rio
Autor: Borba, Julia
Fonte: Correio Braziliense, 21/07/2011, Cidades, p. 37

Estabilidade parece ser a palavra de ordem. Por todo o Brasil, os preços, que antes cresciam de forma acelerada, agora começam a tomar ritmos mais brandos. O presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Pedro Carsalade, diz que o prazo para alcançar um mercado menos agitado pode ser de três anos. "Estamos chegando ao limite. As empresas investiram muito em terrenos e hoje estão tendo dificuldade, os preços estão muito altos. Não compensa o gasto", avalia.

Além disso, outros componentes da construção civil passaram a pesar para as construtoras. "Existe uma dificuldade nacional de manter a cadeia de produção. Falta mão de obra, então é mais caro contratar. O custo do material também subiu. Em alguns casos, até falta", diz.

Apesar de o panorama indicar que os preços deveriam cair, no Rio de Janeiro, por exemplo, cidade que encabeça o ranking das mais valorizadas, houve um incremento de 19,5% no preço médio do metro quadrado. No Leblon, esse índice ultrapassou a faixa dos R$ 15 mil em junho, fato inédito desde o início da série histórica, em janeiro de 2008.

No caso do Rio, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estariam impulsionando as vendas e mantendo a capital fluminense um pouco mais distante da ideia de calmaria no mercado. "Um número grande de pessoas está chegando para fazer negócios. Como a economia está desacelerando em outros países, empresários encontram oportunidades por aqui", comenta Carsalade.

Além disso, parte dos preços, negociados antes da pacificação dos morros, ficaram defasados. "A segurança é determinante em algumas regiões. Por isso há uma retomada, para que voltem aos preços que realmente valem", completa o presidente da Abadi.

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