Título: Polícia abre investigação
Autor: Temóteo, Antonio ; Tolentino, Lucas
Fonte: Correio Braziliense, 22/07/2011, Cidades, p. 17
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte dos três funcionários que trabalhavam na obra do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Segundo os policiais, se ficar comprovado que o local não estava protegido e que trabalhadores não utilizavam equipamentos de segurança, o dono da empresa, o engenheiro-chefe ou o mestre de obras responderão por homicídio culposo (sem intenção de matar), com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão para cada morte. Agentes do Instituto de Criminalística (IC) trabalharam no cenário da tragédia na tarde de ontem. O laudo com as causas do acidente deve ficar pronto em 30 dias.
As investigações serão conduzidas pela 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). O delegado de plantão Reinaldo Vilar disse, no fim da tarde de ontem, que ainda é cedo para apontar responsáveis. ¿Precisamos do laudo pericial para afirmarmos qualquer coisa. Temos que apurar a questão da responsabilidade, para não acusar ninguém injustamente. Se faltou equipamento, os responsáveis pelos trabalhos serão indiciados¿, disse.
Depoimentos Ontem, Vilar ouviu o engenheiro responsável pela obra, Jader Rafael Szervinks, o apontador João José Barbosa e o servente Jadson Nunes Pinto. Jader foi ouvido por duas vezes e alegou que o acidente foi uma fatalidade e que os equipamentos de segurança estavam regulares. Os outros dois funcionários, no entanto, afirmaram exatamente o contrário. Segundo eles, faltavam equipamentos e tapumes no local. João, inclusive, teria sido demitido na última quarta-feira, porque se desentendeu com a chefia ao reclamar dos riscos que os colegas passavam.
¿O engenheiro garantiu que as normas de segurança eram cumpridas. Ele estava muito nervoso no local do acidente, mas aqui (na delegacia) já estava bem tranquilo. Já os depoimentos do apontador e do servente foram parecidos. Eles reclamaram que não tinham condições de segurança inclusive para trabalhar a noite¿, acrescentou Vilar. Os policiais ouvem, hoje, dois funcionários que trabalhavam próximo ao deslizamento.