Título: Confiança na absolvição
Autor: Taffner, Ricardo
Fonte: Correio Braziliense, 21/07/2011, Cidades, p. 20

As defesas de todos os acusados tentaram impedir o prosseguimento do julgamento ao levantar diversas preliminares. Os advogados alegaram que o TRF da 1ª Região não é o foro adequado para julgar promotores e levantaram supostos problemas na condução das investigações. No entanto, a relatora do processo, Mônica Sifuentes, rejeitou os pontos e foi acompanhada por todos os colegas. Já para a abertura de ação penal contra Leonardo Bandarra e Marcelo Carvalho, não houve unanimidade. Segundo o desembargador Jirair Meguerian, os indícios da participação dos dois não eram suficientes.

O voto do magistrado foi destacado pela defesa do ex-procurador-geral de Justiça do DF. "Para nós, foi muito relevante, porque foi uma voz de lucidez no meio de tudo isso que está acontecendo", afirmou a advogada Gabriela Bemfica. Segundo ela, a relatora não abordou devidamente os argumentos apresentados pela defesa. "Por outro lado, ficou muito claro que esse é um juízo preliminar e não cabe análise das provas", avaliou.

Gabriela apresentou carta de José Roberto Arruda a Bandarra, com firma reconhecida em cartório. "Em relação à extorsão que afirmo ter sofrido da promotora de Justiça Deborah Guerner, declaro que o Dr. Leonardo Azeredo Bandarra não solicitou à minha pessoa ou a qualquer dos meus assessores, direta ou indiretamente, a marcação da audiência em que recebi a promotora. Ele, em momento algum, ratificou ou aconselhou-me no sentido de que tinha de atender aos pedidos de Deborah Guerner", afirmou Arruda no documento. Bandarra disse ao Correio estar confiante quanto ao andamento do processo. "Acho que tecnicamente é muito difícil não receber uma denúncia. Agora, vou ser processado e absolvido", afirmou o promotor. (RT)