Os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e José Sérgio Gabrielli e outras 15 pessoas, entre eles, o ex-diretor financeiro da estatal Almir Barbassa, foram citados como réus na ação coletiva conduzida nos Estados Unidos contra a companhia. Apesar de a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega também aparecerem no processo, como pessoas de interesse, eles não foram indicados como réus.

O documento com os nomes dos acusados foi submetido à Corte do Distrito Sul de Nova York ontem, apresentado pelo escritório de advocacia Pemerantz, representante do Universities Superannuation Scheme (USS), maior fundo de pensão da Grã-Bretanha. O USS foi escolhido como líder do processo pelo juiz federal de Nova York Jed Rakoff, no início de março.

A auditoria independente PricewaterhouseCooper (PwC), responsável pela assinatura dos balanços financeiros da petrolífera, também é acusada na ação coletiva, que ainda inclui entre os réus duas subsidiárias internacionais da Petrobras e seus executivos. A principal acusação é de que todos os envolvidos promoveram “um esquema multibilionário de corrupção e lavagem de dinheiro, que durou vários anos, e foi escondido dos seus investidores”. As subsidiárias são a Petrobras International Finance Company (PifCo), sediada na Holanda, e a Petrobras Global Finance (PGF), em Luxemburgo. 

Os investidores que tenham comprado papéis da Petrobras por meio de recibos das ações negociadas na Bolsa de Nova York, os chamados ADRs, entre 22 de janeiro de 2010 e 18 de março de 2015, poderão ser beneficiados com o resultado da ação coletiva, que também acusa executivos que ocupam cargos em subsidiárias internacionais e 15 instituições financeiras, que subscreveram emissões da Petrobras.

Ações sobem
Apesar de a ação coletiva ter sido protocolada ontem, os papéis da Petrobras tiveram um dia positivo na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Os preferenciais se valorizaram 3,52%, cotados a R$ 9,71, e os ordinários subiram 4,01%, para R$ 9,59. Para os analistas de mercado, o que influenciou a alta foram rumores de que a companhia possa divulgar o balanço de 2014 em 13 de abril. A assessoria de imprensa da petroleira, contudo, não confirma a informação.