A perícia independente contratada pela família do promotor Alberto Nisman, morto em meados de janeiro, revelou que ele foi assassinado, o corpo foi movido e não houve espasmo cadavérico. O anúncio do resultado foi revelado pela ex-esposa Sandra Arroyo Salgado.

“O informe descarta com contundência a hipótese do acidente e do suicídio. Ele foi vítima de um homicídio”, afirmou Salgado.

De acordo com o informe, Nisman morreu devido a uma dilaceração e homorragia meninge encefálica produzida pelo projétil da arma de fogo no crânio e cérebro, seguida por uma copiosa hemorragia externa.

A perícia confirmou que não há sinais de pólvora nas mãos de Nisman e que a pistola Bersa 62 apresenta sinais de ter sido disparada e indica, de maneira “irrefutável”, que foi a arma usada no crime. Também revelou que não existiu espasmo cadavérico, o que contradiz a autópsia oficial, segundo a qual a mão direita do promotor apresentava espasmo, o que induz a pensar que ele pode ter se suicidado.

A investigação diz ainda que ele não estava embriagado e que o corpo foi movido após a morte. Também indica que a distância do tiro foi de menos de um centímetro e descarta que a morte tenha sido um acidente ou um suicídio.

 hipótese de assassinato já havia sido levantada pela presidente Cristina Kirchner. “Por que iria se suicidar se não sabia que era falsa a informação que tinha? Por que iria se suicidar alguém que, sendo fiscal, gozava, ele e sua família, de uma excelente qualidade de vida? Por que foi autorizado o acesso à casa de Nisman a um médico privado de uma obra social antes de informar o juiz, os superiores, os forenses?”, questionara a mandatária ao sustentar que os documentos nos quais o promotor baseou a denúncia de um suposto encobrimento, por parte da presidente e de altos funcionários do governo, da apuração do atentado terrorista realizado contra a Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), há 21 anos.

Versão oficial

A promotora Viviana Fein, que investiga a morte de Nisman, por sua vez, disse que os peritos contratados pela família serão convocados a prestar depoimento. Ela afirmou que “não se pode descartar, de forma categórica, nenhuma hipótese” e que para fechar uma conclusão, “é preciso avaliar antes uma série de informes médicos”.

“Eu me encontro com duas teorias opostas em muitos aspectos. Não desqualifico nenhuma das duas perícias”, disse Fein, ao garantir que as informações serão apuradas na próxima semana.

O portal Infojus Noticias, do Ministério da Justiça, reconheceu nesta quinta que “cometeu um erro” ao informar que Nisman estava embriagado ao morrer. A informação não consta nos comunicados oficiais.