Manifestações foram registradas predominantemente em áreas de classes média e alta; grupos que convocaram atos se dizem surpresos com resultado

Os panelaços durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na noite de domingo foram registrados, majoritariamente, em bairros de classes média e média alta de ao menos nove capitais do País. Os protestos ocorreram com mais intensidade em São Paulo, onde ao menos 28 dos 96 distritos da cidade fizeram barulho durante a fala da petista. 
As batidas de panela se misturaram a gritos, vaias e xingamentos dirigidos à presidente. No interior de São Paulo –Estado onde a rejeição ao PT é mais significativa – também houve protestos, como nas cidades de Bauru e Campinas. 
No Rio, também foram registrados panelaços em bairros de classe média e alta. Algo parecido ocorreu em Brasília. As manifestações contrárias à presidente também foram ouvidas em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Goiânia. E, com menor intensidade, em Salvador e Florianópolis. 
Grupos que se mobilizam na internet fizeram uma convocação via redes sociais e mensagens de celular para o panelaço de domingo. Os organizadores dizem ter ficado surpresos com o resultado. Esses grupos são os mesmos que vêm organizando protestos anti-Dilma na internet e nas ruas, como o Movimento Brasil Livre, Vem para a Rua e Revoltados On line.
Eles publicaram posts no domingo pedindo que seus seguidores a enviassem fotos e vídeos que retratassem as reações ao pronunciamento da presidente. “Foi uma convocação fraca, pelo Facebook e Whatsapp, onde os grupos soltaram mensagens, mas isso foi contagiante”, disse o empresário Rogério Chequer, uma das lideranças do Vem para a Rua. Marcelo Reis, líder do Revoltados On Line, disse que uma hora depois do pronunciamento de Dilma, a página do grupo no Facebook já havia recebido mais de 80 mil vídeos com manifestações de repúdio. 
“Até hoje estamos recebendo vídeos.”