Título: Pagot sai de cena
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 26/07/2011, Política, p. A3
Mais um envolvido no escândalo de corrupção que derrubou a cúpula do Ministério dos Transportes pediu demissão. Com a saída de Luiz Antonio Pagot da Direção-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sobe para 18 o número de afastados desde as denúncias de superfaturamento em obras e pagamento de propina.
A demissão, esperada desde o início da crise, mas confirmada na semana passada, quando Pagot e o senador Blairo Maggi (PR-MT) declararam não haver "mais clima" para a permanência, chegou ao conhecimento do ministro da pasta, Paulo Sérgio Passos, na manhã de ontem. Ele confirmou o afastamento em nota. "O ministro Paulo Sérgio Passos recebeu o pedido de cancelamento das férias do diretor-geral do Dnit. No mesmo documento, o diretor comunicou que solicitou à presidente sua exoneração do cargo", registra o texto.
Por meio da assessoria de imprensa, o Dnit destacou que não há substituto imediato para Pagot ¿ assim que saiu de férias, o lugar foi ocupado por José Henrique Sadok de Sá, afastado em seguida após denúncias de que a Construtora Araújo LTDA., de sua esposa, Ana Paula Batista Araújo, ganhou contratos de R$ 18 milhões referentes a obras em rodovias federais de Roraima. O órgão garante que os trabalhos sob sua responsabilidade não têm sofrido atrasos com isso.
As três semanas que se seguiram ao início da crise que derrubou o então ministro Alfredo Nascimento e, na última quinta-feira, o único diretor petista do Dnit, Hideraldo Caron, foram de intensas reuniões e andanças pelo Palácio do Planalto. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela, destacou que, por enquanto, o partido não vai sugerir nomes. Apesar disso, admite ter sido procurado diversas vezes por pessoas próximas à Presidência.
"Não conversamos sobre cargos", disse. Segundo ele, o partido só terá definição sobre possíveis indicações na volta do recesso, na próxima semana. Indicações que têm tudo para serem atropeladas pela própria presidente, que já avisou que pretende mudar toda a cúpula da autarquia e adotar servidores de perfil mais técnico e menos político.