Dois deputados federais que integram a CPI da Petrobras estão entre os 49 políticos investigados no escândalo da Operação LavaJato. Lázaro Botelho, de Tocantins, e Sandes Júnior, de Goiás, ambos da bancada do Partido Progressista (PP), foram incluídos na lista com pedidos de abertura de inquérito enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República(PGR). Suspeitos de receber propinas mensais, Botelho é membro titular da comissão parlamentar de inquérito para investigar a estatal na Câmara dos Deputados e Júnior é suplente.

Os dois foram citados em depoimentos dentro do acordo de delação premiada assinado pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo petição submetida ao STF, Botelho e Júnior foram mencionados pelo doleiro em depoimento de 12 de fevereiro. Youssef afirmou que ambos estão entre os deputados que ele “tem certeza de que receberam valores.”

Segundo o doleiro, Botelho e Júnior foram beneficiados por um esquema operado pela cúpula do PP. Recebiam parcelas maiores da propina, segundo o delator, José Janene (ex-deputado morto em 2010), Mario Negromonte (ex-ministro das Cidades), João Pizzolatti (ex-deputado por Santa Catarina) e Nelson Meurer (deputado pelo Paraná). Eles recebiam entre R$ 250 mil e R$ 300 mil mensais.

Youssef menciona Botelho e Júnior na lista de “outros deputados do PP, cuja posição era de menor relevância dentro do partido, que recebiam entre R$ 30 mil e R$ 150 mil por mês.” O montante que iria para a bancada do PP estaria entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão. O PP foi o partido com maior participação na lista de Janot, com 31 parlamentares envolvidos.

Em nota, Lázaro Botelho se disse surpreso com a abertura da investigação e afirmou que “está absolutamente tranquilo e que vai buscar maiores informações para se posicionar melhor sobre o assunto”. E acrescentou que “tem a certeza de que será provado que ele não tem nenhum envolvimento” com o esquema. O GLOBO procurou Sandes Júnior por e-mail e telefone mas não conseguiu contato.