BRASÍLIA

Se no caixa do governo do Distrito Federal (GDF) não havia dinheiro para pagar fornecedores e até salários, não faltaram recursos para reformas na residência oficial do então governador Agnelo Queiroz (PT). Antes de deixar o cargo, Agnelo gastou R$ 1,5 milhão para reformar as dependências do local onde morou até o fim do ano passado. O gasto com a reforma - que inclui persianas comandadas por controle remoto e um quarto de hóspedes de cerca de 90 m² - contrasta com as dificuldades financeiras pelas quais passa o DF.

Segundo a atual gestão, Agnelo mandou derrubar uma sala de reuniões e um quarto de hóspedes que existiam junto à residência oficial de Águas Claras. No local, foram construídas novas edificações. A sala de reuniões é ampla e tem um jardim de inverno. Há uma grande mesa para 37 pessoas. As janelas são equipadas com persianas elétricas, movidas por controle remoto. Ao lado da sala de reuniões, foi construída a casa de hóspedes, com dois quartos e um escritório. Os quartos possuem divisões internas e espaço para montar uma cozinha americana. Há vários sofás, mesas, colchões, ar condicionado e uma geladeira nova, que ainda não foi desempacotada.

Segundo a Novacap, estatal responsável pela obra, também foram realizados serviços de troca da parte hidráulica e elétrica, além de novo revestimento, pintura e troca do piso. Ainda de acordo com a Novacap, foi construído um heliporto. A reforma foi feita em 2013 e 2014.

A reforma da residência oficial não é o primeiro caso de gastos polêmicos do governo Agnelo. Em 31 de dezembro, no último dia de mandato, ele inaugurou o Centro Administrativo, onde funcionará a sede do governo. Pelo contrato, após receber as chaves do prédio, o governo pagará R$ 17 milhões mensais de aluguel às construtoras responsáveis pela obra. A obra está inacabada, e a previsão é que o centro, de 182 mil m², seja entregue em junho.

O atual governador, Rodrigo Rollemberg, recebeu o governo com rombo de R$ 3,1 bilhões.