Título: Especialistas sugerem cotas
Autor: Bonfanti, Cristiane
Fonte: Correio Braziliense, 24/07/2011, Economia, p. 12/13
O problema da alta taxa de desocupação entre os jovens brasileiros vem sendo discutido por uma comissão coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Tatiana Dias Silva, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),Tatiana Dias Silva, que integra a comissão, destaca que as mulheres e a população negra também têm mais dificuldades no mercado de trabalho. "Por isso, são necessárias políticas públicas específicas", afirma. Uma das saídas, segundo os especialistas, é a adoção de ações afirmativas, como o estabelecimento de cotas no mercado de trabalho.
"Na minha opinião, que é a do Ipea, é eficaz o papel das cotas, inclusive, raciais, como as que o governo tem adotado em mais de 70 universidades", defende Tatiana. Definida entre vários setores, a Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude no Brasil prevê a adoção de políticas para reduzir as desigualdades no mercado de trabalho. O modo de fazer isso será definido em convenção nacional envolvendo empresários, jovens, especialistas e governo.
José Eduardo de Andrade, assessor da Secretaria Nacional de Juventude, é cético sobre a possibilidade de que, durante a convenção, seja aprovada a adoção de cotas no mercado de trabalho. "Isso está na pauta, mas dificilmente passa. Houve demanda dos movimentos sociais, mas existe resistência do empresariado", aponta.