Título: Voando mais alto
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 31/07/2011, Economia, p. 17

A aviação executiva no país está ampliando seus destinos e clientela para muito além do simples serviço prestado a profissionais em viagem de trabalho. Impulsionadas pela melhora da renda nacional e pela saturação da infraestrutura aeroportuária, empresas que fazem voos fretados cresceram além do esperado e não estão encontrando espaços para abrigar seus aviões novos.

Com uma frota empresarial de 1.225 aeronaves de pequeno e médio portes, o país conquistou para o setor, na década passada, a segunda posição mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. Diante do persistente avanço da procura, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) informa que as operadoras se preparam para receber pelo menos 100 novas aeronaves ainda este ano.

A frota global de aviação executiva soma atualmente 31.110 unidades, tendo aumentado 3,7% em 2010, pouco menos que no ano anterior (4,8%). As vendas de aviões para esse segmento vêm sendo puxadas com força pelos mercados emergentes desde 2008.

Enquanto a procura não avançou nem 1% nos Estados Unidos no ano passado, na América do Sul o salto foi de 14,9%, quase três vezes mais que na Europa em igual período (5%) e perto dos números asiáticos (12%). Apenas a frota brasileira cresceu 21% no ano passado. A Abag estima que serão entregues 10,5 mil aviões executivos nesta década em todo o mundo.

Os deslocamentos para pontos turísticos representaram 16% do faturamento no primeiro semestre da Global Aviation, com sede em São Paulo. A expectativa é de que este número chegue a 20%. Seus principais destinos continuam sendo os maiores aeroportos brasileiros, mas viagens de turismo para Angra dos Reis (RJ), Trancoso (BA), Parati (RJ) e Miami (Flórida) ganham destaque.

Ricardo Gobbetti, presidente da Global Aviation, explica que o crescimento se deve à crescente migração de passageiros dos voos comerciais para os executivos, em busca de comodidade e rapidez, longe de transtornos em aeroportos. "Isso também se deve à melhora da renda em geral", acrescenta. (SR)