A oposição criticou a postura da presidente Dilma Rousseff ao dizer, na cerimônia de posse do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que ela vai recuperar a Petrobras, assolada por escândalos de corrupção. “Chega a ser patético que a presidente da República, responsável pelas maiores perdas da Petrobras em seus 60 anos, diga que seu governo vai recuperar a empresa”, afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

De acordo com o parlamentar, a retomada da estatal vai se dar “pelas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, com o apoio dos brasileiros indignados com o escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato”. Segundo o tucano, “a presidente perdeu mais uma oportunidade de pedir desculpas pelo que aconteceu à Petrobras sob seus olhos”.

Na posse de Janine Ribeiro, Dilma disse que a melhoria no orçamento da Petrobras será determinante para os avanços do país, especialmente na educação. “A luta é minha, é do meu governo”, disse Dilma. Na cerimônia, ela citou a intenção de destinar de 75% dos royalties do petróleo do pré-sal para investimentos na área.

A oposição atribui ao governo do PT a culpa pelos escândalos de corrupção na estatal e acusa Dilma de saber dos desvios na época em que presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Parlamentares chegaram a pedir a inclusão de Dilma entre os nomes enviados pelo procurador-geral da RepúblicaRodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. Em depoimento de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que recebeu pedido do doleiro Alberto Youssef para que fossem pagos R$ 2 milhões à campanha de Dilma em 2010, com dinheiro do esquema.

“Chega a ser patético que a presidente da República, responsável pelas maiores perdas da Petrobras, diga que seu governo vai recuperar a empresa”
Aécio Neves, senador do PSDB-MG

Traumann na mira da Comissão de Ética
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República Thomas Traumann terá a conduta apurada pela Comissão de Ética Pública do Planalto. Traumann deixou o cargo após vazar um documento no qual a Secom apontava “caos político” no governo. Segundo o texto da Secom, o Executivo sofre uma “goleada” da oposição nas redes sociais. O processo contra Traumann foi aberto em 24 de março, um dia antes de o então ministro pedir exoneração à presidente Dilma Rousseff.