O PT foi o partido que mais perdeu participação no Fundo Partidário em 2015. Enquanto em 2014 a legenda levou, sozinha, 16,05% dos recursos distribuídos às legendas, a partir de 2015 a proporção deve se reduzir para 13,38% do bolo, segundo estudo elaborado por técnicos da Consultoria de Orçamento da Câmara (Conof/CD). Se mantivessem a mesma participação no fundo em 2015, os petistas poderiam abocanhar até R$ 22,5 milhões a mais ao longo do ano. Em meados de abril, porém, os recursos foram “anabolizados” pelo relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), com o apoio de partidos da base, nem mesmo os petistas têm do que reclamar: a legenda terá R$ 116 milhões à disposição este ano, bem mais que os R$ 57,3 milhões de 2014.

Ao todo, Jucá turbinou o fundo com mais R$ 578 milhões — o texto original enviado pelo Planalto previa cerca de R$ 289 milhões para a manutenção dos partidos políticos — um custo de cerca de R$ 2,04 para cada eleitor brasileiro, por ano. Com o aumento, cada um dos 141 milhões de brasileiros com título de eleitor pagará o equivalente a R$ 6,12 por ano aos partidos políticos. A lei que regula o Fundo Partidário, de 1995, estabelece como aporte mínimo da União a quantia de R$ 1,26 por eleitor — ano a ano, a generosidade de deputados e senadores com os partidos se distancia do valor mínimo. Hoje, o montante é distribuído da seguinte forma: 5% são divididos igualmente entre todas as legendas, e os outros 95% seguem conforme a votação total de cada partido na disputa pela Câmara.

Além dos petistas, outros partidos tradicionais do país perderam participação: o PV foi de 3,1% para 2,1% a partir de 2015; o PR baixou de 6,5% para 5,6%, e o PMDB de Jucá desceu de 11,4% para 10,6%. Como, porém, os recursos disponíveis quase triplicaram de um ano para o outro, todas essas legendas terão aumento significativo no aporte do Fundo. O PMDB, por exemplo, receberá R$ 92 milhões, e o PR, R$ 48,9 milhões. Na outra ponta, legendas pequenas e relativamente novas foram as que mais cresceram na divisão do bolo. O PRB, do deputado Celso Russomano (SP), é o campeão disparado, e abocanhará 4,5% dos R$ 867,5 milhões do fundo. PSol, PTN, PRP e PSL também avançaram.

Na semana passada, lideranças do PRB se reuniram para traçar um planejamento para 2015 e para as eleições de 2016. Além da disputa eleitoral e da campanha de filiações, discutiu-se também o uso dos R$ 39 milhões a que o partido terá direito em 2015. “O presidente Marcos (Pereira) elaborou um planejamento muito rigoroso para esse recurso. Vai ser muito bem utilizado”, disse o deputado e secretário de Comunicação da Câmara, Cleber Verde (PRB-MA).