Título: Superavit aumenta 85%
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 30/07/2011, Economia, p. 17

Com arrecadação de impostos em alta, o governo conseguiu economizar R$ 13,37 bilhões em junho para pagar as despesas crescentes dos encargos da dívida.

Também chamado de superavit primário, esse valor, o maior já registrado nos meses de junho, não foi suficiente para cobrir integralmente a fatura de juros, mas ajudou, e, muito, a reduzir o deficit nominal das contas públicas, que contabiliza todas as receitas e as despesas, inclusive as financeiras. O saldo negativo ficou em R$ 5,618 bilhões, o menor para o mês desde 2007.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, acredita que, após dois anos difíceis, por causa dos impactos da crise, o desempenho das contas públicas está voltando a ser favorável. No primeiro semestre, o superavit primário, de R$ 78,190 bilhões, cresceu 85,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o segundo melhor resultado da série.

Com todo esse esforço fiscal, o deficit nominal despencou. Nos primeiros seis meses, ele foi de R$ 41,558 bilhões, o mais baixo para o período desde 2008. Nos 12 meses até junho, o deficit somou R$ 85,082 bilhões, o equivalente a 2,19% do Produto Interno Bruto (PIB). É o melhor resultado desde dezembro de 2008, quando ficou em 2,04%. (VC)

Artifícios O governo já cumpriu, até junho, praticamente dois terços da meta de superavit primário para o ano, de R$ 117,9 bilhões. Em 12 meses, o resultado acumulado atingiu R$ 137,8 bilhões, o equivalente a 3,54% do PIB. É o melhor resultado em 12 meses na série do Banco Central. No ano passado, o governo usou artifícios contábeis para cumprir a meta, mas tudo indica que, em 2011, isso não será necessário.