Parecia mais uma semana perdida para a nova equipe econômica, devido ao abalo sofrido com o rebaixamento da Petrobras, para grau especulativo, na escala de classificação de risco da agência Moody’s. Mas os dados das finanças públicas de janeiro acabaram surpreendendo positivamente, não só porque, a duras penas, o governo federal voltou a acumular superávit primário como estados e municípios deram contribuição expressiva para o primeiro mês do ano fechar com saldo (que superou a conta dos juros). É pouco provável que os entes federativos consigam manter esse desempenho ao longo do ano, porém decolar com tal resultado foi animador, porque o ambiente era de profundo ceticismo quanto à capacidade de o setor público reverter o quadro desastroso deixado pela equipe econômica anterior.

A nova equipe conseguiu também somar alguns pontos com a trajetória conflitante dos índices de preços. Enquanto o IPCA, que mede a inflação oficial, acelerou na primeira quinzena de fevereiro, puxado ainda pela correção das tarifas de energia elétrica e transportes públicos, os IGPs, apurados pela Fundação Getulio Vargas, mostraram um recuo inesperado, tanto nos preços agrícolas como nos industriais. Assim como na Europa, nos Estados Unidos os índices de preços começam a registrar deflação. Em algum momento isso terá impacto por aqui, refletindo-se no IPCA, do mesmo modo que vem sendo observado nos IGPs.