Antecipando o feriado de Páscoa, o Congresso Nacional funcionou ontem para atender aos poucos parlamentares que compareceram às sessões não deliberativas (na Câmara) e de votações (no Senado). Até a tarde de ontem, apenas 63 dos 513 deputados haviam registrado presença no Plenário Ulysses Guimarães. O número corresponde a 12,2% dos representantes do povo. Enquanto isso, 56 senadores participaram da aprovação de quatro requerimentos que pediam o desarquivamento de propostas no Senado.


Ao justificar a saída mais cedo para o feriadão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), disse, na terça-feira, pouco antes de viajar, que não poderia ser “hipócrita” ao defender a folga, já que a Casa tem adotado, segundo ele, um ritmo frenético de trabalho. “Trabalhamos ontem (segunda), votamos bastante, vamos votar hoje (terça). A gente não é hipócrita, a gente sabe que existe uma realidade em que pessoas têm que se deslocar para locais que não têm voos, até por causa do feriado, com passagens mais caras”, disse Cunha.


O peemedebista se vangloria de ter retomado as votações nas quintas-feiras, sessões que haviam sido praticamente extintas na legislatura anterior. “A gente prefere trabalhar como tem trabalhado, a semana inteira, até quinta-feira à noite, do que efetivamente fingir que tem que trabalhar numa semana de feriado. O importante é que a nossa produção final será a contento. A gente tem que ser exigente durante a semana normal e ter o entendimento parta flexibilizar quando sabe que há dificuldades de deslocamento para os estados.”


Pelos corredores das comissões, o cenário era o mesmo registrado em períodos que antecedem feriados prolongados ou recessos: de abandono. Poucos servidores caminhavam pelas duas Casas. No Senado, foram canceladas as reuniões das comissões de Assuntos Sociais; de Desenvolvimento Regional e Turismo; e de Constituição, Justiça e Cidadania. A CPI do HSBC, porém, teve atividades (leia mais na página 5).

Votações
Na Câmara, se acumula sobre a Mesa Diretora uma pauta extensa sobre segurança pública. Para a próxima semana, duas propostas de emenda à Constituição prometem causar polêmica: a que institui a obrigatoriedade de elaboração e de cumprimento do plano de metas pelo Poder Executivo municipal, estadual e federal, com base nas propostas da campanha eleitoral; e a que fixa parâmetros para a remuneração da carreira dos auditores da Receita. Nesta semana, os parlamentares apreciaram projetos apenas na segunda e na terça-feira.