A terça-feira foi de poucas oscilações para a bolsa brasileira, embora algumas ações tenham chamado atenção, como Vale e Usiminas. O noticiário fraco tanto no ambiente doméstico quanto no exterior limitaram as forças do Ibovespa para vencer novas resistências gráficas depois de três pregões seguidos de alta.

O analista técnico da Clear Corretora, Raphael Figueredo, lembra que o mercado já absorveu a notícia sobre a geração de empregos nos Estados Unidos, que ficou abaixo do esperado em março. O dado provocou forte alta na Bovespa e em Wall Street ontem e nas bolsas europeias hoje.

"Na segunda-feira, o Ibovespa atingiu resistências consideráveis, nos 54.500 pontos. Agora, o mercado reflete, testando os vendedores. A relação risco-retorno fica mais difícil, o mercado fica mais seletivo", afirma Figueredo.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,02%, aos 53.729 pontos, com volume de R$ 6,229 bilhões. Apesar da queda, estrangeiros ainda marcaram presença na ponta compradora, embora com menor intensidade do que nos últimos dias, relatam operadores.

Vale ON (4,79%) e PNA (3,27%) ficaram no topo do Ibovespa. Operadores classificaram o movimento como uma recuperação técnica, com o papel reagindo à alta do minério de ferro na China, que subiu 0,6%, para US$ 47 por tonelada, quebrando longa sequência de baixas.

No exterior, as concorrentes da Vale também avançaram. Rio Tinto subiu 4,06% e BHP Billiton andou 1,96% na bolsa de Londres. Mesmo com a correção de ontem, as ações ON e PNA da Vale ainda acumulam perdas de 13,3% e 16,5% neste ano, respectivamente, enquanto o Ibovespa sobe 7,4%.

Entre as principais ações do índice, Petrobras PN subiu 1,87% hoje, Ambev ON ganhou 1,04%, Bradesco PN teve alta de 0,35% e Itaú PN andou 0,05%.

A Petrobras recebeu dos acionistas minoritários as indicações dos candidatos às vagas no conselho de administração, que serão eleitos na assembleia de acionistas marcada para dia 29. Walter Mendes de Oliveira Filho foi indicado como membro do conselho de administração pelos ordinaristas minoritários e Guilherme Affonso Ferreira pelos preferencialistas.

Mendes foi superintendente de renda variável do Itaú de 2003 a 2010 e depois atuou em uma gestora independente. Ferreira, minoritário ativista, é atualmente membro do conselho de administração de companhias abertas como Arezzo, Gafisa e SulAmérica.

Na ponta negativa do mercado ficaram Rumo Logística ON (-9,19%), Usiminas PNA (-4,95%) e PDG Realty ON (-4,16%). As ações da Rumo devolveram ganhos recentes depois de dispararem 26,5% no dia 2 de abril, um dia após a incorporação da ALL.

Já Usiminas voltou a registrar comportamentos opostos entre suas ações PNA e ON (9,31%), mesmo após a assembleia que elegeu Marcelo Gasparino, representante dos minoritários no conselho de administração, como presidente do órgão. A Ternium /Techint, que participa do bloco de controle da Usiminas, se declarou contrária à decisão e disse que vai recorrer.

Também foi eleito para o conselho o empresário Lirio Parisotto, dono da Videolar e da Innova, que terá como suplente Mauro Cunha, presidente da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec).