O Banco Central anunciou nesta quarta-feira que continuará intervindo diariamente no mercado de câmbio até pelo menos o fim de junho de 2014, mas com intensidade menor do que a atual e, pelo menos num primeiro momento, usando apenas os leilões de swap tradicional.
A partir do dia 2 de janeiro de 2014, o BC brasileiro passará a fazer leilões de segunda a sexta-feiras de swaps cambiais com oferta equivalente a 200 milhões de dólares, ou 4 mil contratos, de acordo com comunidado divulgado na noite desta quarta. Desde o dia 22 de agosto, o BC tem ofertado diariamente --exceção das sextas-feiras-- 10 mil contratos de swaps por dia, equivalente a 500 milhões de dólares.
O BC também anunciou que os leilões de venda de dólares com compromisso de recompra, conhecidos como leilões de linha, serão feitos a partir de janeiro "em função das condições de liquidez do mercado de câmbio". Atualmente, o BC oferece 1 bilhão de dólares em leilões de linha realizados semanalmente às sextas-feiras.
O BC reiterou que o objetivo desses leilões é prover proteção cambial (hedge) e liquidez no mercado, e adiantou que novos ajustes poderão ser feitos caso seja necessário.
"Sempre que julgar necessário, o Banco Central do Brasil poderá realizar operações adicionais de venda de dólares através dos instrumentos ao seu alcance", informou a autoridade monetária por meio de nota.
As intervenções diárias no câmbio começaram quando o dólar rondava o patamar de 2,45 reais, considerado inflacionário, por conta das expectativas do mercado sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Com a ração diária no mercado de câmbio, o BC vem conseguindo estabilizar a moeda norte-americana ao redor de 2,30 reais.
O ajuste feito pelo BC nos seus leilões vem em meio às avaliações de que os mercados devem ficar menos voláteis daqui para frente, após o anúncio feito nesta tarde pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, de que reduzirá sua compra de ativos mensais em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares, mas que manterá as taxas de juros do país próximas de zero por mais tempo.
A ação do Fed encerrou um longo período de expectativas, que gerou grandes incertezas nos mercados.
Os leilões de linha, pelo menos por enquanto, ficam de fora do programa de intervenção cambial porque a demanda por essa modalidade tende a reduzir no início do ano.
O BC também poderia realizar leilões de dólares no mercado à vista, sem compromisso de recompra, mas essa opção não está sendo utilizada porque o entendimento é que a demanda do mercado é basicamente por hedge cambial, o que não justificaria mexer nas reservas internacionais do país.