­RIO BRANCO­ Depois de sucessivas derrotas no Congresso, a presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a ampliação da coordenação política, atualmente integrada por seis ministros petistas, com a incorporação do PMDB, PCdoB e PSD. Segundo Dilma, os ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Gilberto Kassab (Cidades) se juntarão a Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Miguel Rossetto (Secretaria­Geral), Jaques Wagner (Defesa), Ricardo Berzoini (Comunicações) e José Eduardo Cardozo (Justiça), nas reuniões de articulação do governo. Dilma negou que vá substituir ministros, inclusive Mercadante, apontado pelos aliados como responsável por erros na relação com o Congresso. — Não há nenhum modificação na coordenação política, a não ser o seguinte: nós vamos aumentar o número de pessoas e de partidos, obviamente, e vamos fazer um rodízio sistematicamente, trazendo ministros novos para o debate. Vamos colocar na coordenação os ministros Kassab, Aldo Rebelo e Padilha. Vamos também chamar eventualmente ministros para participar da discussão principalmente quando o assunto for correlato a eles — disse a presidente. No encontro que teve com Dilma na noite de terça­feira, o ex­presidente Lula aconselhou Dilma a manter conversas permanentes com os partidos da coalizão, e não só em momentos de crise. Para o expresidente, segundo pessoas próximas, Dilma precisa parar de tratar os aliados, principalmente o PMDB, como se só estivessem interessados em cargos. Segundo a presidente, o núcleo político vai continuar funcionando “como sempre ocorreu”. — Pode ser semanal ou mais do que semanal. É muito flexível — afirmou a presidente sobre a periodicidade das reuniões.

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Lula sugere a Dilma substituição de Mercadante na Casa Civil

BRASÍLIA - Em meio a uma crise política, econômica e de popularidade, o ex-presidente Lula e petistas próximos a ele estão defendendo a substituição do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) ou, pelo menos, que ele seja alijado das costuras políticas, como forma de melhorar a relação do governo com o Congresso. Lula também gostaria que a presidente Dilma Rousseff escalasse um nome mais experiente para o lugar do ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais), responsável formalmente pela articulação política.

A Secretaria de Imprensa da Presidência da República divulgou uma nota ontem negando o “rumor” de que Lula tenha sugerido a Dilma a troca na chefia da Casa Civil. “O ministro Aloizio Mercadante tem total confiança da presidenta e seguirá cumprindo suas funções à frente da Casa Civil”, diz trecho da nota. O Instituto Lula também divulgou nota negando que o ex-presidente tivesse feito críticas a Mercadante.

Braço-direito da presidente, Mercadante tem sido criticado pela cúpula do PMDB, que reclama que o ministro da Casa Civil “não funciona nem para dentro nem para fora do governo”. A base aliada reclama de falta de diálogo e de só ser chamada para defender medidas impopulares, como o ajuste fiscal.

Lula tem afirmado, de acordo com pessoas próximas, que não é justo colocar todos os erros na conta de Pepe Vargas e que seria necessário mexer também na Casa Civil. O ex-presidente tem defendido os nomes dos ministros Jaques Wagner (Defesa) e de Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) para assumir a interlocução com o Congresso e com os partidos.

Wagner já tem atuado como bombeiro. No domingo, ele foi à casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar recompor a relação.

Lula defende ainda que Dilma dê um ministério a mais, e de peso, para o PMDB. Petistas próximos a Lula defendem a nomeação do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para o Ministério da Integração Nacional, comandado pelo PP.