BRASÍLIA
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os atos dos conselhos de Administração e Fiscal da Petrobras sejam analisados em todos os processos do tribunal sobre a companhia. Os órgãos técnicos da Corte de contas passam a ser obrigados a emitir pareceres sobre a responsabilidade dos conselhos em relação às irregularidades apontadas na empresa. A medida valerá para processos em andamento, parte deles relativos ao período em que a presidente Dilma Rousseff presidiu o Conselho de Administração da companhia, entre 2003 e 2010.
A decisão foi tomada por proposição do ministro substituto André Luís de Carvalho. Ele observou que, em um levantamento de 40 processos no TCU sobre a companhia, dez tratariam de questões “potencialmente conexas” à compra da refinaria de Pasadena; e outros 15, à Operação LavaJato. “Proponho que o Plenário do TCU determine às unidades técnicas do tribunal que, em cada processo inerente a possíveis falhas cometidas na gestão da Petrobras, elas se manifestem conclusivamente, nos seus pareceres técnicos, sobre a responsabilidade dos correspondentes membros do Conselho de Administração e até mesmo do Conselho Fiscal, atentando, especialmente, para os casos em que os referidos conselhos tenham praticado atos de gestão ruinosa ou deixado de atuar com o necessário dever de cuidado”, disse Carvalho, em sua proposta. O posicionamento foi acatado pelo plenário. No caso da refinaria de Pasadena, técnicos ofereceram pareceres divergentes sobre a responsabilidade do Conselho presidido por Dilma. Na decisão tomada em plenário no ano passado, os ministros decidiram deixar os integrantes do Conselho de fora da lista de responsáveis pelo prejuízo estimado em US$ 792 milhões.
O novo posicionamento do TCU não altera essa decisão e não será cobrada explicação de Dilma. Ela só poderá ser chamada a responder caso surjam fatos novos. O ministro Luís Inácio Adams, da AdvocaciaGeral da União (AGU), afirmou que a decisão do TCU é inócua, pois a área técnica já tem como função buscar responsáveis pelas irregularidades que aponta: — É algo natural, e nós, no governo, não temos nenhuma preocupação.
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