Título: Autor de ataque comprou material pela internet
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Fonte: Correio Braziliense, 01/08/2011, Mundo, p. 13

Anders Breivik Behring, autor do duplo ataque de 22 de julho na Noruega, só fala depois da renúncia do governo do primeiro-ministro Jens Stoltenberg e a abdicação de Harald V. E também quer ser nomeado chefe nacional do Exército norueguês. São essas as exigências que o extremista de 32 anos impôs para fornecer mais detalhes sobre seus planos aos investigadores. A informação foi divulgada ontem pela rede de tevê NRK. Diante da negativa da polícia de satisfazer suas exigências, ao fim de 10 horas de interrogatório, Breivik resolveu cooperar. O chefe da comissão de inquérito judicial, Paal-Fredrik Hjort Kraby, disse que ele se mostrou muito disposto a responder as perguntas da polícia, mas não quis comentar as supostas células de sua organização, mencionadas anteriormente. Segundo a última contagem da polícia, os atentados mataram 77 pessoas.

Pouco a pouco, detalhes do atentado são descobertos. Breivik comprou no site de comércio eletrônico e-Bay o enxofre e os outros materiais que usou para fazer os explosivos usados nos ataques. A informação consta de uma reportagem publicada ontem pelo jornal britânico Sunday Telegraph. Segundo o periódico, que afirma ter consultado as compras on-line de Breivik nos últimos meses, o extremista adquiriu em novembro passado de um vendedor de Enfield, norte de Londres, cerca de 500g de enxofre em pó para produzir explosivos.

Ele também adquiriu algumas ferramentas de uma empresa de Sheffield (norte). Além disso, comprou uma arma e acessórios com fornecedores na China e nos Estados Unidos. "Quando ouvi a notícia sobre o que ele tinha feito, fiquei horrorizado e chocado, mas quando o Sunday Telegraph disse que eu estava envolvido involuntariamente (...), fiquei horrorizado e chocado 10 vezes mais", declarou o vendedor de enxofre Andrew Christou.

Dificuldades No sábado, o jornal norueguês Verdens Gang informou que, durante interrogatório, o extremista confessou que tinha em mente vários outros alvos. Entre eles, o Palácio Real norueguês e a sede do Partido Trabalhista. Ainda segundo o jornal, que não revelou suas fontes, os investigadores acreditam que Breivik teve dificuldades para fabricar os explosivos, fora a bomba que ele admite ter detonado no bairro dos ministérios, no centro de Oslo.

Por outro lado, o apoio popular aos trabalhistas noruegueses cresceu depois dos atentados. Segundo uma pesquisa realizada entre 29 e 30 de julho e divulgada ontem pelo jornal Dagbladet, o Partido Trabalhista, de Stoltenberg, conta com o apoio de 41,7% dos noruegueses ¿ 11,1 pontos a mais do que em junho.