Aeroportos do rio estão entre os piores do país, diz pesquisa

 

Gabriela Valente

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Os aeroportos do Rio de Janeiro estão entre os piores do país. A Secretaria de Aviação Civil (SAC) divulgou, ontem, o ranking feito com base em pesquisa trimestral da satisfação dos passageiros. O Aeroporto Internacional Tom Jobim e o Santos Dumont ficaram na lanterninha, só à frente do Aeroporto de Cuiabá, no Mato Grosso, o pior avaliado no Brasil.

O levantamento considerou dez aeroportos dos 15 que movimentam 80% dos passageiros no país. O Galeão recebeu nota 3,85, e o Santos Dumont, 3,84, numa escala de 1 a 5. O ministro da SAC, Eliseu Padilha, justificou que há questões pontuais para o desempenho ruim dos dois aeroportos cariocas: as obras no Galeão e a sujeira e o calor no Santos Dumont.

- O Galeão tem muita obra em andamento. Assim que terminarem, o passageiro vai perceber a melhora - observou Padilha.

Sobre o Santos Dumont, o ministro informou que entre as principais reclamações está a falta de limpeza. Segundo ele, a Infraero já cobrou providências e espera ver resultados dentro de um mês. Em relação ao calor, a solução é mais difícil devido ao tombamento da Baía de Guanabara. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determina que a lateral do prédio seja de vidro, o que cria um efeito de estufa, impedindo que o ar-condicionado mantenha a temperatura baixa.

- Ainda não encontramos solução. Tem de haver outro mecanismo para o resfriamento - disse o ministro.

Viracopos, em Campinas, foi o aeroporto mais bem avaliado, com a nota 4,38, saltando da quinta colocação para o topo do ranking. Recife ficou em segundo, seguido por Curitiba, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Congonhas.

Ministro: apenas Três concessões

Um dia depois de o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciar que o programa de concessões que será lançado pelo governo teria pelo menos quatro aeroportos, Padilha desmentiu a informação e afirmou que a ideia é conceder apenas os aeroportos em Porto Alegre, Salvador e Florianópolis.

Embora tenha dito anteriormente que pelo menos cinco ou seis outros aeroportos poderiam ser privatizados, Padilha ressaltou que a medida geraria um custo para o Tesouro Nacional que, na prática, financia parte dos empréstimos para as concessionárias. Uma operação que não combina com tempos de ajuste fiscal.

- Por enquanto, serão três aeroportos, mas a decisão final é da presidente Dilma - concluiu Padilha.