Valor econômico, v. 15, n. 3730, 07/04/2015. Finanças, p. C5

BB cria vice-presidência para infraestrutura

 Carolina Mandl

Em um momento em que o BNDES redefine seu papel como principal agente financiador de projetos no país, o Banco do Brasil (BB) decidiu criar uma nova vice-presidência, que ficará responsável pelas áreas de infraestrutura e serviços.

A nova pasta ficará sob o comando de César Borges, ex-governador da Bahia (1999-2002) e ex-ministro dos Transportes até o fim do ano passado. Sem filiação política neste momento, Borges pertencia ao Partido da República (PR) até 2014.

Apesar de estar sem partido agora, Borges tem um bom trânsito na base aliada do governo, o que fortaleceu a opção por seu nome. Também contou a experiência dele no Ministério dos Transportes, na Secretaria de Portos e no próprio Banco do Brasil, como vice-presidente de governo entre 2012 e 2013.

Segundo o Valor apurou, o objetivo da instituição é se estruturar melhor para ter um papel mais ativo na nova rodada de concessões de infraestrutura que o governo fará. A avaliação é que, de uma forma geral, outras instituições terão de ocupar o espaço deixado pelo BNDES, seja com a liberação direta de crédito, seja com a estruturação de alternativas de financiamento via mercado de capitais.

O banco já foi encarregado pelo governo federal pela reforma e construção de mais de 200 aeroportos e de 90 armazéns para produtos agrícolas.

Em comunicado, o BB afirmou que a nova vice-presidência também será responsável pelas áreas de suprimentos, gestão de serviços compartilhados e outros serviços de infraestrutura.

Dentro das mudanças anunciadas ontem, o BB também informou a unificação das vice-presidências de distribuição de varejo e de gestão de pessoas. A área ficará sob a responsabilidade de Paulo Ricci, que já é vice-presidente de varejo, distribuição e operações. Robson Rocha, que comandava a área de recursos humanos, se aposentou.

O banco também criou a diretoria de controladoria, que terá à frente Gustavo Barros. Já as diretorias de seguros, previdência e capitalização foram extintas dentro do BB. Essas tarefas caberão à BB Seguridade.

Além disso, unificações foram feitas nas diretorias de marketing e de estratégia, que ficarão juntas na nova diretoria de estratégia de marca.

De acordo com o BB, a reestruturação não acarretará alterações nas projeções de eficiência operacional previstas para até 2019. "Há compensação entre estruturas geradas pela unificação de áreas convergentes, pela composição de sinergias entre setores que atuavam de forma paralela", disse o banco.

Desde que assumiu a presidência do BB em fevereiro, Alexandre Abreu tem repetido aos investidores o discurso de que quer melhorar a rentabilidade do banco.