Título: R$ 500 bi do BNDES
Autor: Hessel, Rosana; Álvares, Débora; Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 03/08/2011, Economia, p. 12

A presidente Dilma Rousseff está apostando todas as fichas na capacidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar os principais projetos do Plano Brasil Maior, lançado ontem. A meta é que a instituição libere, até 2014, R$ 500 bilhões em empréstimos ao setor produtivo. Na avaliação do governo, o BNDES foi dotado de todos os instrumentos para liberar recursos com maior agilidade a custos menores.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, do total dos desembolsos, R$ 262 bilhões serão destinados a setores intensivos em conhecimento, R$ 200 bilhões devem ir para o fortalecimento de micro, pequenas e médias empresas, R$ 70 bilhões para o desenvolvimento de cadeias de suprimento em energias, R$ 52 bilhões para a diversificação da pauta de exportações, R$ 34 bilhões a projetos para produção sustentável e R$ 7 bilhões para a inovação tecnológica.

No entender do ministro da Fazenda, Guido Mantega, os empresários brasileiros precisam ter acesso a condições de financiamento semelhantes às do mercado internacional. "Estamos tomando todas as medidas para fortalecer o setor produtivo e ampliar a competitividade do parque fabril", destacou. Para ele, o governo não pode assistir impassível ao mercado nacional ser apropriado por produtos importados em função da guerra cambial promovida pelos países ricos e pela China, que têm manipulado o câmbio.

Não à toa, destacou Mantega, o governo apoiará o aumento da competitividade dos setores mais ameaçados pelo real valorizado, com a liberação de R$ 6,7 bilhões por meio da nova etapa do programa BNDES Revitaliza. A taxa fixa de juros dessas operações, com duração até o fim de 2012, será de 9% anuais. A linha será estendida aos produtores de autopeças , bens de capital, têxteis e vestuário, calçados e artefatos de couro, softwares, pedras ornamentais, móveis de madeira, frutas in natura e processadas e cerâmicas, além da prestação de serviços de tecnologia da informação.

O BNDES também voltará a liberar capital de giro em condições mais competitivas às micro e pequenas empresas. Com isso, o banco ampliará o orçamento do BNDES Progeren, dos atuais R$ 3,4 bilhões para R$ 10,4 bilhões, com juros de 10% a 13% ao ano. O prazo dos financiamentos subiu de 24 para até 36 meses.