Título: Carreira no Itamaraty
Autor: Rothenburg, Denise; Silveira, Igor
Fonte: Correio Braziliense, 05/08/2011, Política, p. 2

A discrição é a marca do novo ministro da Defesa, Celso Luiz Nunes Amorim, 68 anos, que por quase uma década foi ministro das Relações Exteriores, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Formado pelo Instituto Rio Branco em 1965, fez pós-graduação em Relações Internacionais em Viena, na Áustria.

Diplomata de carreira, o ex-chanceler começou a vida pública como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia, em 1987, permanecendo no posto por dois anos. Retornou ao Itamaraty, de onde saiu, em 1979, para assumir a hoje extinta Embrafilme. Amorim, entre outras funções, chegou a ser assistente de cineasta e editor de filmes, carreira seguida por três de seus quatro filhos.

Amorim foi um dos ministros que chefiaram o Itamaraty por mais tempo. Além dos oito anos em que trabalhou com Lula, ele já havia assumido a pasta por um ano, durante o governo de Itamar Franco, em 1993, quando substituiu José Aparecido. Antes, havia exercido várias funções no Ministério das Relações Exteriores, desde 1989, durante a gestão de Abreu Sodré. Antes de assumir o Itamaraty, em 2003, o diplomata serviu na representação brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC) e, depois, na embaixada do Reino Unido.

No fim do mandato de Lula, Celso Amorim se filiou ao PT, mas, antes, compôs os quadros do PMDB. Porém, em nenhuma das duas siglas teve militância política ou partidária. Como chanceler de Lula, foi alvo de diversas críticas por sua atuação, principalmente em relação aos países com governantes de esquerda, como o boliviano Evo Morales, que ameaçou tomar as bases de gás da Petrobras instaladas no país vizinho. Na época, o Ministério das Relações Exteriores foi taxado de passivo quanto a atitude de Morales.