Título: Lula e Bernardo criticam falas
Autor: Rothenburg, Denise; Silveira, Igor
Fonte: Correio Braziliense, 05/08/2011, Política, p. 2

Bogotá - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem as afirmações do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Em viagem à Colômbia ao lado do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o antecessor de Dilma Rousseff, e responsável pela nomeação de Jobim em junho de 2007, ainda tentou contemporizar as declarações do então titular da Defesa: "Tem coisas que a gente não compreende", disse Lula em um primeiro momento. Depois, o ex-presidente admitiu que Jobim exagerou. "Não é correto fazer críticas sobre outros ministros. Não é elegante", afirmou, durante o 1º Fórum de Investimentos Brasil-Colômbia, em Bogotá.

Questionado sobre o comportamento do ministro ser motivo para demissão, Lula preferiu dizer que não sabia, mas ressaltou que ninguém é insubstituível. "Se até o Pelé não estiver jogando bem, o técnico tira. Dois gaúchos se entendem. Ou não se entendem", afirmou Lula. O ministro das Comunicações, que é marido de Gleisi Hoffmann, uma das criticadas, não deixou por menos. Criticou as afirmações de Jobim e disparou: "Talvez como um gaúcho empedernido do interior, ele tenha arraigada a insatisfação de ser comandado por mulheres", afirmou. Logo em seguida, porém, o ministro reconheceu que exagerou ao fazer o comentário e preferiu ironizar as declarações. "O Jobim quer uma queda de braço com a Ideli. Ele é mais forte que ela, grandão", disse.

Bate-boca

Além da crise Jobim, Lula também teve um bate-boca com Álvaro Uribe, ontem. O ex-presidente colombiano ficou irritado com uma declaração de Lula, de que os dois teriam uma relação de "desconfiança mútua". Uribe utilizou seu perfil no Twitter para criticar o brasileiro. "Lula hoje nos maltrata, mas quando estava no governo, fingia ser o melhor amigo". O ex-presidente colombiano disse ainda que Lula "tremia" na presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e acusou o brasileiro de ser "mau perdedor" - em referência à escolha de Luis Alberto Moreno, que é colombiano, para a Presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).