País tem atos contra terceirização em Brasília e 16 estados

 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que tem vídeos e fotos, feitos por seguranças da Casa, de parlamentares incitando manifestantes a invadir e agredir durante a manifestação realizada nesta terça-feira no Congresso contra a votação do projeto que regulamenta a terceirização. Segundo Cunha, os parlamentares serão representados por ele à Corregedoria Geral da Câmara e poderão ser punidos com a pena de suspensão.

— Parlamentares que incitaram multidões a invadir ou agredir e foram devidamente filmados e fotografados, serão representados à corregedoria e haverá sanções. Porque um parlamentar não pode estimular atos dessa natureza, certamente vamos remeter à corregedoria, que vai promover a sanção devida contra cada parlamentar que agiu quebrando o decoro — disse Cunha.

Indagado sobre os nomes dos parlamentares, Cunha disse que não poderia dizer quem são neste momento:

— Não (tem os nomes), mas que vai ter sanção de suspensão, vai. Eu tenho o filme do Lincoln sendo atingido também, a segurança tem filmado. Não posso dizer nomes, vou dizer depois e esses vamos mandar para a corregedoria.

O presidente defendeu a votação do projeto como forma de resposta do Congresso às manifestações violentas realizadas no dia de hoje.

— Da minha parte, quanto mais agride, mais vontade de votar. Cada vez que há uma pressão dessa, exercida de forma indevida, o Congresso tem que responder votando. Nós temos que ter o direito de exercer nossa representação. O povo nos colocou aqui. Protestos são legítimos, agora, quando parte para agressão, depredação e o baixo nível que imperou hoje, o Congresso tem que reagir — defendeu Cunha.

O presidente disse que vai colocar em votação a apreciação da matéria em regime de urgência e que, se possível começará a votar o mérito ainda hoje. Cunha repetiu que não aceita retirar de pauta, como apelou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e que se quiserem adiar a votação, terão que aprovar isso no plenário. Cunha disse ainda que como parte dos deputados é contrária, sabe que a votação poderá se arrastar.

— O apelo (para adiar) tem que se materializar em requerimento e ser aprovado em plenário. Não tiro de ofício. Que ganhem em plenário. Acham que tem pouco tempo? Tem 11 anos que debatemos e anunciei há 45 dias que ia votar. Só na hora que a gente pauta, é que buscam o acordo. Vamos para o voto — disse Cunha, acrescentando que pessoalmente é a favor do projeto, mas que não pode votar por ser presidente.

O presidente da Câmara fez questão de dizer que as mudanças solicitadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram feitas ao texto e que "não há possibilidade de provocar perdas para União”. Eduardo Cunha criticou também a Central Única dos Trabalhadores.

— Vi o projeto, não todo, mas dos 23 artigos que vi, 19 protegem direitos do trabalhadores. Não são as centrais (que estão contra), quatro vieram a mim e estão a favor. Só uma é contra o ponto cerne do projeto, a CUT. E é ele que está promovendo a manifestação que depredou a Casa