Título: Escolta feita por PMs
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 16/08/2011, Brasil, p. 7

A juíza Patrícia Acioli, assassinada quando chegava em casa na madrugada de sexta-feira, tinha escolta particular, segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Manoel Alberto Rebêlo dos Santos. Ele também reafirmou ontem que não havia pedido de escolta oficial feito pela magistrada ao tribunal, diferentemente do que vem alegando a família da magistrada.

Ainda segundo o desembargador, policiais do Batalhão de São Gonçalo faziam a proteção particular da juíza. Vários PMs dessa unidade, entretanto, respondiam a processos abertos por Patrícia. "Ela preferiu ela mesma cuidar da segurança", enfatizou Rebêlo.

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deve criar um modelo de proteção a ser seguido por todos os magistrados do país. "Não acredito que caiba a cada juiz esse tipo de decisão (de dispensar a proteção especial)", disse. Gilmar Mendes comentou o crime após participar de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O ministro afirmou ainda que o assassinato da juíza provoca temor generalizado. "Repercute em todos os grupos incumbidos dessas questões ¿ juízes, promotores, delegados."

Patrícia Acioli será substituída por três magistrados, que começam a trabalhar hoje. A decisão de montar um comissão tem o intuito de diluir responsabilidades e agilizar o trabalho do Judiciário. Todos terão escolta do TJ carioca. Foram comprados seis carros blindados e outros cinco serão alugados para fazer a segurança dos juízes.

Rosas Com togas e faixas pretas tampando a boca, parentes e amigos de Patrícia Acioli e de outras vítimas de violência participaram, ontem, de um protesto em frente ao Fórum de São Gonçalo. Em silêncio, colocaram rosas no chão. Durante o ato, Humberto Nascimento, primo da juíza, disse que a família está insatisfeita com o fato de o governo estadual ter recusado a ajuda da Polícia Federal na investigação do crime.

A Divisão de Homicídios segue a apuração do crime sem divulgar detalhes. Na manhã de ontem, agentes estiveram no gabinete da juíza para recolher relatórios e documentos. A intenção é descobrir se há indícios de ligação entre réus de processos comandados pela juíza e o seu assassinato. A polícia recolheu 20 depoimentos e, até as 16h de ontem, o Disque Denúncia havia recebido 82 telefonemas com pistas sobre o crime.