Título: Extensão em xeque
Autor: Abreu, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 15/08/2011, Política, p. 5

Um dos argumentos dos defensores da criação dos estados é o de que a distância entre a capital e as cidades ao sul do Pará resulta no abandono, que gera os conflitos rurais, o desmatamento da Floresta Amazônica e a extrema pobreza. "Há cidades a 2 mil quilômetros de Belém, que fica ao norte do estado. É você estar em Brasília e ter que esticar o braço até o Rio Grande do Sul", compara o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA).

Para a senadora Marinor Brito (PSol-PA), o abandono da região mais afastada de Belém se justifica pela falta de política pública dos últimos governos. Queiroz também aponta os exemplos da separação de Mato Grosso e Goiás, com a criação de Mato Grosso do Sul e Tocantins, respectivamente, como exemplos que deram certo.

Inviabilidade Contrário à divisão, o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) classifica os separatistas em três grupos. "Há aqueles que têm a falsa impressão de que será bom dividir; os políticos oportunistas; e os grupos econômicos fortes, formados por mineradoras e latifundiários", descreve. O parlamentar diz estar convencido de que o desmembramento deixaria os três estados "muito fracos". "Viveremos situação de verdadeira inviabilidade administrativa", aposta o tucano.

De acordo com a proposta de criação dos dois estados, a maior área ficaria com Tapajós, composto em sua maioria por reservas florestais, que agregaria 58% do atual território do Pará. A capital do estado seria Santarém. Já Carajás, cuja capital seria Marabá, agregaria 25%, enquanto ao Pará sobraria somente 17% do território, onde se concentra a maior população paraense, com 65% dos 7,5 milhões de habitantes. (DA)