O globo, n. 29878, 27/05/2015. País, p. 7
-SÃO PAULO- O PT protocolou ontem, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma ação em que reivindica o mandato da senadora Marta Suplicy (SP). Ela havia deixado a legenda no mês passado.
Assinada pelos presidentes do diretório nacional, Rui Falcão, e do diretório estadual de São Paulo, Emídio de Souza, a ação argumenta que Marta resolveu deixar o partido por “ambição política, oportunismo eleitoral e personalismo desmedido”. O PT considera que a falta de espaço político, justificativa dada pela senadora para abandonar o partido, não passa de “demagogia mal disfarçada”.
“Apesar dos motivos enunciados em sua carta de desfiliação — um arrazoado de justificativas infundadas, enviado à imprensa antes mesmo de ser enviado ao PT — as reais razões da saída se devem à ambição política da senadora e a um oportunismo eleitoral”, diz outro trecho do texto.
Os petistas argumentam que a motivação de Marta foi o fato de ter sido preterida em favor de Fernando Haddad na escolha do candidato da legenda a prefeito de São Paulo, em 2012. A senadora, que deve disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo PSB, é acusada de retribuir o apoio que teve no partido com “falta de ética”.
A ação ainda apresenta argumentos sobre a legalidade da cassação de mandatos de cargos majoritários por infidelidade partidária. Se a ação for julgada procedente, o posto ficaria com o segundo suplente, o petista Paulo Frateschi.
Na tribuna do Senado, Marta Suplicy condenou a iniciativa do PT e repetiu que se sente traída por desvios éticos da legenda. Ela também acusou o governo Dilma de destruir a economia.
—O PT hoje trai sua essência, sua criação, a defesa do que se batalhou a vida inteira. Não faço parte disso. Não sou eu que estou traindo princípios.