Título: Reajustes pelo teto
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 07/08/2011, Política, p. 4

O secretário de Fiscalização de Obras do TCU, André Mendes, explica que muitos contratos são reajustados no limite da lei. Um exemplo é a obra de reestruturação do acesso ao Porto de Cachoeira do Sul na BR-153, no Rio Grande do Sul. A empresa responsável pelo empreendimento venceu a licitação com o valor de R$ 5.239.155,31 para fazer a obra, com previsão de conclusão em 13 de dezembro do ano passado. Com o aditivo, o valor subiu para R$ 6.548.622,11, o que representa 24,99%. Outro exemplo é o contrato para recuperação de um ponto crítico na BR-459, em São Paulo, próximo à divisa com Minas Gerais. A empreiteira que venceu a concorrência cobrou R$ 7.783.602,98. Com o aditivo, o valor subiu para R$ 9.715.376,44, um acréscimo de 24,82%.

Em alguns casos, a injeção de aditivos chega a dobrar o valor inicial da obra. Um exemplo é a BR-040, em Minas Gerais, no trecho entre Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora. A empresa que venceu a licitação e se comprometeu a executar "serviços de manutenção rodoviária" no trajeto de 144 quilômetros por R$ 4.869.172,81. Mas o prazo para término da obra foi prorrogado e a empreitada sairá duas vezes mais cara: passará para R$ 9.706.983,58, um aumento de 99,36%. Questionado sobre o volume de aditivos nos contratos, o Dnit não respondeu a reportagem.