Título: Hackers invadem portal do PMDB
Autor: Pariz, Tiago
Fonte: Correio Braziliense, 08/08/2011, Política, p. 3

A página da internet do PMDB foi invadida por hackers na manhã de ontem. No lugar do conteúdo original, eles postaram uma notícia de que a Copa do Mundo de 2014 seria motivo para desviar recursos públicos. O presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO), vai acionar hoje a Polícia Federal para investigar o caso. O PMDB tirou o site do ar e pediu para a área de tecnologia da informação analisar e tentar buscar a origem do ataque.

O invasor do site oficial do partido se identificou como "Azenha". Um internauta com o mesmo pseudônimo publicou em um fórum da internet um espelho da página hackeada. Usuários cadastrados no sistema de debate on-line elogiaram a "conquista" de "Azenha". "As vulnerabilidades são muitas. Eles têm tanto dinheiro, mas não conseguem contratar um webmaster eficiente", escreveu na página de debates um hacker sob a alcunha de Airaska.

O site do PMDB já havia sido invadido por hackers no começo do ano passado. A ação foi parecida com a que ocorreu ontem. Na oportunidade, ela consistiu numa pichação: "Site de corruptos". Os hackers também deixaram, na época, um documento intitulado "40 propostas para o Brasil", direcionado aos "corruptos de plantão".

No fim de junho, hackers se juntaram para realizar a maior onda de ataques a sites do governo federal. No total, foram 20 páginas oficiais, de um total de 200 sites em todo o país. Recentemente, um grupo de hackers também divulgou o que seria o conteúdo completo da Operação Satiagraha da Polícia Federal.

Ações coordenadas A ação dos hackers contra o governo federal mostrou haver uma deficiência na segurança virtual dos sites do governo. O Correio revelou que o sistema de informação virtual estava defasado desde 2008. De lá para cá, os cinco ministérios responsáveis por atuar na área só tiraram do papel ações pontuais. De acordo com a Estratégia de Defesa Nacional, Gabinete de Segurança Institucional, ministérios de Comunicações, Defesa e Ciência e Tecnologia, além da Casa Civil foram incumbidos de promover projetos para reduzir as vulnerabilidades da rede.