Novo recurso adia extradição de Pizzolato da Itália

 

Justiça italiana suspende retorno do ex-diretor do BB, condenado no mensalão, que pode esperar livre por ação

ROMA E BRASÍLIA

A extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, foi suspensa até 3 de junho, data da audiência que julgará o recurso apresentado pela defesa dele na manhã de ontem à Justiça da Itália, onde está detido desde fevereiro. A informação foi divulgada pelo advogado de Pizzolato, Alessandro Sivelli. Na tentativa de evitar a volta dele ao Brasil, o recurso pede ao Tribunal Administrativo Regional (TAR) de Roma o cumprimento da pena na Itália.

Em nota à imprensa italiana, Sivelli disse que Pizzolato permanecerá na Itália até a data do julgamento". Ele não especificou se o ex-diretor do Banco do Brasil permanecerá preso ou aguardará a decisão em liberdade. Segundo uma fonte do Ministério da Justiça italiano, esse detalhe não depende do tribunal, mas de uma decisão da Corte de Cassação. De acordo com essa fonte, a tendência é ele ser liberado. Isso porque é comum expirar o prazo da prisão preventiva. Ou seja: Pizzolato pode ser libertado, pelo menos provisoriamente, a qualquer momento.

No último dia 24, o ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, autorizou que Pizzolato fosse enviado ao Brasil para cumprir a pena de 12 anos e 7 meses de prisão a que foi condenado no julgamento do mensalão, em 2012, por corrupção passiva, peculato elavagem de dinheiro.

O ministro confirmou decisão da Corte de Cassação. Este tribunal havia alertado decisão de primeira instãncia que negava a extradição pedida pelo Brasil. Não cabe mais recurso. A ação junto ao TAR é de caráter administrativo, relativo à decisão política. (* Especial para O GLOBO )