Título: Estudo servirá de base
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 09/08/2011, Economia, p. 10

A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) lançou ontem um estudo que traça o perfil da nova classe média, definida como aqueles que têm renda familiar mensal de R$ 1 mil a R$ 4 mil. O objetivo do levantamento é usar as informações na criação de políticas públicas para expandir as oportunidades, dar segurança aos que entraram para a classe C é evitar que retornem à situação anterior. Segundo o estudo, o número de pobres declinou de 68 milhões para 44 milhões ao longo da última década. Em 2003, cerca de 40% da população estava abaixo da linha da pobreza. Em 2009, o percentual caiu para 24%. Entre os que ascenderam, 49% são homens e 51%, mulheres. São 52% de brancos ou amarelos e 48% de negros.

Jovem negra Da população negra (93 milhões), 44% estão na classe baixa, 49% na média e 7% na alta. Segundo o empresário Renato Meirelles, sócio do Instituto Data Popular, se a classe média tivesse uma cara, "seria de uma jovem negra e antenada", porque, segundo ele, reflete o país que se modernizou e a mulher que subiu na vida, elevando a autoestima. As pesquisas com esse público revelam, no entanto, que o brasileiro ainda não se acostumou com seu poder de compra e de barganha e falta a consciência da sua situação econômica real. Não apenas entre os mais pobres, disse Meirelles. Ele conta que, quando dá palestra em escolas de pessoas ricas e pergunta a que classe pertencem, eles dizem ser da classe média. "E quando o ambiente é de classe média, respondem que são trabalhadores", analisou. (VB)