Graziano é reeleito diretor-geral da FAO

7 jun 2015

Ex-ministro de Lula, brasileiro teve maior número de votos da História da entidade

Ex- integrante do governo Lula, José Graziano da Silva foi reeleito ontem diretor- geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura ( FAO, na sigla em inglês). Segundo a FAO, Graziano foi reeleito com o maior número de votos da História da instituição: recebeu 177 dos 182 votantes. A eleição ocorreu na 39 ª sessão da conferência da organização, realizada ontem em Roma.

A presidente Dilma Rousseff comemorou a reeleição do brasileiro. Dilma afirmou que recebia a notícia com “enorme satisfação”.

“A eleição de Graziano comprova suas sólidas credenciais e importante contribuição para as políticas de combate à pobreza, em especial o programa Bolsa Família, que faz do Brasil referência internacional. Cumprimento meu amigo José Graziano, reafirmando o apoio do governo brasileiro às iniciativas da FAO’’, disse a presidente, em nota.

O Itamaraty também divulgou nota para comemorar a reeleição de Graziano: “O Brasil agradece a todos os membros da FAO pela amplitude do apoio ao candidato brasileiro. O governo brasileiro seguirá defendendo o objetivo de aprofundar o processo de reforma e fortalecimento da organização, de forma a tornar ainda mais relevante sua contribuição à erradicação da fome e ao desenvolvimento econômico e social mundial”.

Em discurso como reeleito para o cargo, Graziano reafir mou o compromisso da organização de acabar com “a fome e a desnutrição”. O brasileiro foi candidato único para o novo mandato, que será de julho deste ano a julho de 2019.

Graziano assumira pela primeira vez em 2012, tendo sido eleito para o cargo em 2011. Ele participou do Ministério do primeiro governo Lula, como ministro extraordinár io da Segurança Alimentar e Combate à Fome. Na época, foi responsável pelo programa Fome Zero.

Presente na conferência da organização, Lula discursou pela manhã, antes da reeleição de seu ex- ministro.

— Esse combate ( à fome) exige fontes permanentes de financiamento; deve ser uma política de Estado. Os miseráveis de um país dificilmente se organizam em partidos. Eles não têm sindicatos, não têm lobbies no Legislativo, não organizam marchas de protesto, não têm acesso à mídia, seja a tradicional ou as redes sociais — disse Lula. — É do Estado a obrigação de olhar permanentemente para eles, colocando recursos para os pobres nos orçamentos nacionais, regionais e locais. Recursos perenes, que não fiquem subordinados a mudanças de governo.