Título: BB lucra R$ 6,3 bi
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Fonte: Correio Braziliense, 10/08/2011, Economia, p. 15

Apesar da expectativa do governo e de acionistas, o Banco do Brasil não conseguiu ultrapassar o Itaú. O lucro líquido no primeiro semestre do ano, de R$ 6,3 bilhões, ficou atrás do apurado pelo maior banco privado brasileiro no período (R$ 7,1 bilhões). O resultado do BB, divulgado ontem, cresceu 23,4%. Ao contrário do que ocorreu com os concorrentes no país, a inadimplência diminuiu um pouco. O índice apurado para as operações vencidas e não pagas há mais de 90 dias caiu de 2,1% para 2%, retornando ao patamar de anterior à crise de 2008.

O vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro, explicou que essa queda foi possível graças ao sistema de análise de risco de crédito do banco. "Conhecemos os nossos clientes", garantiu. Segundo ele, a concessão de empréstimos continua sendo o carro-chefe da instituição. A carteira de crédito do banco alcançou R$ 421,3 bilhões em junho, com crescimento de 20,2% em 12 meses.

O crédito para as pessoas físicas atingiu R$ 122,6 bilhões ao fim do semestre, marcando uma evolução de 21,2% em 12 meses. O BB encerrou o semestre com 32,1% de participação no mercado. O crédito imobiliário, que praticamente não existia no banco, deu um salto de 99,5% em 12 meses, batendo em R$ 4,2 bilhões. O financiamento de veículos cresceu 34,1% em relação ao primeiro semestre de 2010, totalizando R$ 30,5 bilhões.

Compensação Monteiro disse, porém, que o banco já se prepara para trabalhar num cenário de crescimento menor das operações de crédito, que serão compensadas pela área de seguros e cartão de crédito. O BB refez as suas estimativas e reduziu para de 15% até 18% a expansão do crédito no ano. A projeção anterior era de 17% a 20%.

Nem de longe o BB vai usar toda a capacidade de alavancagem proporcionada pelo seu Índice de Basileia, de 14,4%. O indicador cresceu bastante de um semestre para o outro ¿ estava em 12,8% em junho de 2010. O índice mede a capacidade que o banco tem para emprestar com base em recursos próprios e na ponderação de riscos. O Banco Central exige que, para cada real emprestado, os bancos tenham 11 centavos de recursos próprios (11%). Com 14,4%, o BB poderia alavancar até R$ 157 bilhões. (VC)