O globo, n. 29885, 03/06/2015. País, p. 9

FAB: aeronave tinha controles desconectados

Leonardo Guandeline

Laudo de queda de helicóptero que matou filho de Alckmin é parcial

- SÃO PAULO- Laudo parcial do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos ( Cenipa) sobre o acidente de helicóptero que matou Thomaz Alckmin, de 32 anos, filho do governador Geraldo Alckmin ( PSDB), e outras quatro pessoas, diz que dois controles da aeronave estavam desconectados antes mesmo da decolagem. A FAB, no entanto, diz que ainda não é possível concluir a causa do acidente.

O acidente ocorreu em 2 de abril deste ano em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Segundo a nota, “controles flexíveis ( ball type) e alavancas ( bellcranck) — dois componentes fundamentais para o piloto controlar a aeronave em voo — estavam desconectados antes da decolagem”. A nota, entretanto, não menciona o motivo da desconexão.

Sobre os destroços, o Cenipa diz que os danos encontrados nos motores, transmissão principal e de cauda, pás do rotor principal e de cauda e demais componentes da aeronave “foram consequências e não causas da queda”. Após o acidente, havia a suspeita de que uma das pás da hélice do helicóptero teria se partido ou se soltado durante o voo, o que provocou instabilidade no helicóptero.

As conclusões do laudo foram contestadas por pilotos de helicóptero ouvidos pelo “Jornal Nacional”, que dizem que, sem os controles devidamente conectados, o aparelho nem sequer teria levantado voo. A nota da FAB diz ainda que a comissão de investigação estuda a documentação da aeronave e dos serviços realizados pelas empresas de manutenção. E acrescenta que o voo do acidente foi o primeiro realizado após dois meses de manutenção da aeronave.

“Pelo fato de a investigação estar em andamento, ainda não é possível apontar conclusões acerca dos fatores contribuintes que desencadearam o acidente”, informa a nota. “É importante ressaltar que os acidentes aeronáuticos não ocorrem por uma causa isolada, mas por uma série de fatores contribuintes encadeados”, complementa.

Além de Thomaz Alckmin, que era piloto profissional, mas não comandava a aeronave no dia do acidente, morreram na queda o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53 anos; e os mecânicos Paulo Henrique Moraes, de 42, Erick Martinho, de 36 anos, e Leandro Souza, de 34 anos.