Título: Polo brasileiro em Stanford
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Fonte: Correio Braziliense, 20/08/2011, Brasil, p. 12
Centro de estudos focado em educação oferecerá bolsas em uma das principais universidades norte-americanas
São Paulo ¿ Uma das mais importantes universidades do mundo, a Stanford, nos Estados Unidos, abrirá as portas para a educação brasileira. Uma parceria feita com a Fundação Lemann vai oferecer quatro bolsas de pós-graduação para quem quer assumir o compromisso de melhorar a educação no Brasil. Para pleitear uma dessas vagas, o candidato deve primeiro se inscrever em uma pós-graduação em Stanford (as inscrições estão abertas e vão até dezembro). Depois, solicitar uma das bolsas integrais oferecidas pela Fundação Lemann.
O crivo não será fácil, pois há uma entrevista pessoal para ver até que ponto vai o nível de comprometimento do candidato com a educação brasileira. "Temos que ter certeza de que o bolsista vai voltar para o Brasil", explica o professor brasileiro Paulo Blikstein, da Stanford e da Fundação Lemann. A fundação oferece bolsas semelhantes em outras áreas em outras cinco universidades americanas: Harvard, Illinois, Columbia, Stanford e Yale.
Desta vez, as quatro bolsas são especificamente na área de educação, mas nem por isso são dirigidas apenas a graduados em cursos da área. "Podem se inscrever formandos em medicina, engenharia e em qualquer outro curso de licenciatura. O importante é que o beneficiado produza novos conhecimentos", ressalta Blikstein. O professor conta que as bolsas foram criadas graças a uma parceria entre a Fundação Lemann, instituição sem fins lucrativos que financia estudantes brasileiros no exterior, e a Universidade de Stanford, na Califórnia.
A junção dessas duas instituições deu origem a uma terceira, o Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, que vai funcionar na universidade americana e terá o objetivo de oferecer bolsas de pós-graduação para pesquisadores brasileiros, apoiar a formação de professores no país e se dedicar a pesquisas de políticas públicas e inovação. "Se quisermos melhorar a educação no Brasil, precisaremos dos melhores cérebros", disse Blikstein.
O projeto inicial prevê que o centro funcione durante uma década. "Ao fim desses 10 anos, teremos uma geração de profissionais muito bem formados e prontos para atacar os problemas mais graves do Brasil. Queremos incentivar a pesquisa de políticas inovadoras, que nos faça avançar mais rapidamente", ressalta Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.