PF faz busca nas casas de Collor e de outros parlamentares; Senado reage

O Estado de São Paulo, n. 44465, 15/07/2015. Política, p. A4

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 14, a Operação Politeia, a primeira fase da Lava Jato nas investigações que correm perante o Supremo Tribunal Federal e que, portanto, atingem suspeitos com foro privilegiado. Foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão em Brasília e em seis Estados. A ação ampliou o clima de turbulência política na capital federal e gerou reações no Congresso.

Entre os principais alvos estão três senadores – Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Collor (PTB-AL) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)–, além do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE); do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte; e do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC). Por terem foro privilegiado, eles não podem ser investigados na Justiça Federal em Curitiba, base da Lava Jato.

Segundo a PF, foram apreendidos documentos, joias, artigos de luxo e dinheiro nos locais. Em um balanço parcial, a PF informou a apreensão de valores em três moedas: R$ 4 milhões; US$ 45 mil; e A 24,5 mil. Além disso, foram apreendidos oito veículos, sendo cinco de luxo; duas obras de arte; joias, relógios, HDs, mídias e documentos. As buscas foram realizadas em Brasília, Alagoas, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília, os agentes levaram três automóveis de luxo importados. Por meio de notas, as defesas dos investigados criticaram a operação. As reações também ocorreram no Congresso, onde o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que as medidas "beiram a intimidação".

Além de políticos, o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, teve a casa e o escritório, ambos em Brasília, incluídos na lista de alvos das buscas e apreensões. Tanto o advogado quanto os políticos foram citados na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, homologada pelo STF no mês passado.